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Você conhece os POPs? Os espaços públicos de propriedade privada crescem nas cidades
Cidades como Nova Iorque, Londres e São Paulo têm esses ambientes que criam experiências para todos.
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Redação em 20 de outubro de 2022 3minutos de leitura
Nem todo espaço privado é fechado, e nem todo espaço aberto é público. As grandes cidades chegaram a um meio termo para atender aos cidadãos de maneira mais completa: são os espaços públicos de propriedade privada (POPs, na sigla em inglês). E eles estão proliferando por grandes capitais do mundo como Nova Iorque, Londres e São Paulo.
Os POPs são aqueles espaços que, embora sejam de propriedade privada, são obrigados a serem abertos ao público, seja por regras de zoneamento ou leis da cidade. Nova Iorque popularizou o termo e, atualmente, a cidade conta com mais de 590 POPs, em uma relação que incentiva a criação de áreas livres – e a céu aberto – na cidade.
Normalmente, os POPs são áreas de lazer, criadas por meio de relação direta entre os setores públicos e privados. De um lado, o município ganha em tipos de ambiente de descanso para a população, o que entra na estratégia da cidade para as pessoas. Do outro, os donos dos espaços conseguem ter incentivos claros, seja em descontos ou outorgas onerosas do direito de construir.
POPs: áreas delimitadas pela prefeitura
Em Nova Iorque e em Londres, há preferência para que os POPs sejam espaços verdes. Na cidade norte-americana, a lei indica que os POPs sejam universalmente acessíveis, localizados no nível da calçada e tenham, no mínimo, 610 metros quadrados de extensão. Cada metro quadrado de POPs garante ao construtor privado metros a mais em sua construção o que, em uma cidade tão densa quanto Nova Iorque, pode ser um benefício e tanto. Os POPs são obrigados a ter mobiliário urbano, sombreamento e vegetação.
Já na capital inglesa não há um marco legal para regular os espaços, o que já gerou controvérsias sobre o tamanho do controle que os entes privados têm em lugares que muitas pessoas transitam. Por lá, lugares como a Granary Square, em Kings Cross, são uma mistura de praça e parque, com restaurantes, fonte e áreas verdes.
Diferentemente de Nova Iorque, onde há um padrão das construções, em Londres, a única indicação é que os POPs sejam de uso gratuito, irrestrito e que fiquem abertos 24 horas por dia, tal qual os espaços públicos da cidade. Segundo a prefeitura de Londres, não se trata da “privatização indesejada” pela população, “mas a abertura ao público do que antes era inacessível”.
A cidade para as pessoas
“Os resultados obtidos demonstraram que as praças corporativas dos edifícios contribuem para o sistema de espaços livres para uso público e enobrecem a paisagem urbana local”, afirmam as pesquisadoras da Universidade Mackenzie Luciana Oliveira e Maria Augusta Pisani em um estudo sobre o impacto dos POPs em Nova Iorque. A partir da pesquisa, elas entenderam que, ao oferecer lugares acessíveis, com boa visibilidade e com mobiliário para conforto das pessoas, as áreas adensadas da cidade se tornam mais amigáveis.
No Brasil, os POPs aparecem em diversas cidades. Um exemplo é o vão do MASP em São Paulo. O espaço embaixo de um dos prédios mais icônicos da Avenida Paulista pertence ao Museu, mas é usado por feirantes e pessoas de maneira geral para festas. No Plano Diretor da capital paulista, os POPs já entraram como “espaços de fruição pública”. Em Belo Horizonte, o plano diretor de 2019 chama os POPs de “gentileza urbana”.
Em São Paulo, a regra do Plano Diretor fala sobre a diversidade do uso de fachadas e da calçada para os POPs, aumentando a variedade de espaços de lazer para as pessoas. A dimensão mínima desses lugares precisam ser de 250 metros quadrados e devem contar com acesso irrestrito às pessoas.
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