Arquitetura para idosos deve criar conexões e a convivência
Pensada para aumentar a convivência, a arquitetura para idosos traz conforto e inúmeros espaços compartilhados
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Redação em 16 de fevereiro de 2023 3minutos de leitura
Até 2050, 32,5% da população mundial terá mais de 65 anos, de acordo com projeções da Organização das Nações Unidas (ONU). Até lá, aqui no Brasil, pelo menos 30% das pessoas terão mais de 60 anos. Dessa forma, passou da hora da arquitetura para idosos entrar no planejamento de construtoras e também no plano urbano.
A chamada geroarquitetura planeja espaços com foco na longevidade e na promoção do bem-estar de todos em qualquer idade. Muito mais do que simplesmente pensar no ambiente físico, a arquitetura para idosos é voltada para criar conexões entre as pessoas, de forma a evitar o isolamento e permitir maior sociabilidade e integração com a comunidade local.
Aspectos de natureza social, como o acolhimento, a proteção, a comunidade e a identificação, entre outros, fazem parte do conceito de projetar ambientes urbanos para a longevidade. Ou seja, são espaços que interagem entre si e que promovem meios para que as pessoas se encontrem e possam viver juntas.
Arquitetura para idosos
A acessibilidade é um dos pontos cruciais de projetar ambientes para aqueles com mais de 65 anos. Os espaços precisam contar com escadas maiores, além de elevadores, e privilegiar o uso do térreo para moradias e lugares de uso coletivo. Um exemplo que ilustra isso é o caso da residência para idosos criada por Oscar Miguel Ares Alvaréz, na Espanha.
O residencial cria espaços de jardins conectados entre as casas e quartos, para que a convivência seja privilegiada. Espaços de co-housing, ou seja, habitações coletivas, também estão sendo criados tendo em mente a população senior. O arquiteto alemão, Matthias Hollowich, trouxe para o debate a conversa sobre o “flex living”, que são apartamentos que têm dois quartos ligados por um espaço flexível, para abrir caminhos para arranjos variados de moradia.
Hollwich propõe substituir as antigas casas de repouso por opções de vida baseadas na comunidade, onde os cuidados médicos permanecem em segundo plano, mas estão prontamente disponíveis – um conceito que ele apelidou de “cuidado furtivo”. Em vez disso, o atendimento pode ser adaptado às necessidades de um indivíduo, garantindo que ele mantenha sua saúde e independência.
Veja também o episódio 02 do podcast Habitability:
Terceira Idade e a cidade
Para além da arquitetura, a cidade precisa também absorver e entender como trazer para perto a população com mais de 70 anos de idade. “Muitas perguntas estão sendo feitas – algumas simples, outras complexas – para as quais os planejadores podem ajudar a encontrar respostas. Que qualidades de uma comunidade a tornam mais habitável para os idosos? Deve-se encorajar a dispersão ou a concentração de idosos?”, indicou a American Planning Association, em relatório onde comenta como planejar e pensar no envelhecimento populacional.
Em pesquisa feita pela plataforma de ONGs europeias, voltada para a população com mais de 50 anos de idade, a AGE, existe uma conexão direta entre o espaço público e a melhor qualidade de vida da terceira idade, especialmente para os idosos que vivem sozinhos.
O estudo indica ainda que os espaços públicos não devem visar apenas a mobilidade, mas também o bem-estar e a qualidade de vida. O sistema municipal deve organizar ruas e praças, evitar buracos, instalar mobiliário urbano confortável, permitir o acesso a banheiros públicos de qualidade, melhorar a aparência e, assim, tornar esses locais acessíveis e confortáveis para a permanência prolongada de todos, inclusive dos idosos.
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