Construção premiada pelo Sterling Prize usa madeira e iluminação natural e quer continuar em pé como biblioteca sustentável em 2422
Um prédio de madeira feito para durar, pelo menos, 400 anos: a nova edificação na Universidade de Cambridge quer ser uma biblioteca sustentável para essa e novas gerações. A biblioteca do Magdalene College, inaugurada em 2021 na Inglaterra, recebeu o Sterling 2022, um dos principais prêmios de arquitetura concedido pelo Royal Institute of British Architects.
O prédio já fica dentro de Cambridge, uma universidade com mais de 700 anos, logo, 400 anos parece até pouco. O conceito da duração foi um dos pontos elogiados pelo juri do Sterling 2022, que indicou que a “arquitetura sofisticada que foi construída para durar” é o futuro das construções sustentáveis.
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“O compromisso abrangente de construir algo que resistirá ao teste do tempo pode ser sentido em todos os materiais e detalhes, e de todos os pontos de vista. Este é o epítome de como construir para o longo prazo”, disse Simon Allford, presidente do RIBA.
Por mais que o prédio tenha sido pensado para durar centenas de anos, pedra e concreto ficaram longe das escolhas de materiais do escritório londrino Niall McLaughin Architects, que assinou a edificação. No lugar, foram usadas vigas de madeira laminada e cruzada. O sistema de ventilação é natural, feito a partir da combinação entre as vigas, as chaminés e os tijolos aparentes, que formam correntes de ar fresco e de ar quente.
As claraboias em madeira trançada permitem o máximo de iluminação natural para o prédio, reduzindo o uso de energia. “Este é um edifício moderno, que emprega estratégias simples, mas altamente eficazes, de ventilação passiva e iluminação natural para minimizar o uso de energia, e materiais como estrutura de madeira para reduzir o carbono incorporado em sua construção”, diz o site do RIBA.
Diferente dos lugares tradicionais de leitura, a biblioteca sustentável em Cambridge cria uma variedade de pequenos espaços de estudos independentes, com mesas colocadas ao lado de grandes janelas, escondidas em nichos privados e em zonas compartilhadas. Ou seja, os alunos podem estudar sozinhos ou em colaboração com os colegas.
“Ambientes bem projetados melhoram enormemente o sucesso e o bem-estar dos alunos. Devem ser a regra para todos os alunos e professores em todos os locais de aprendizagem, não a exceção”, lembrou o júri da RIBA. Espaços públicos pensados para o aprendizado são essenciais para as cidades do futuro.
“Os alunos receberam uma sequência calma e conectada de espaços, onde eles e as gerações futuras poderão contemplar e se reunir, aproveitando juntos e separados. O compromisso abrangente de construir algo que resista ao teste do tempo pode ser sentido em todos os materiais e detalhes e de todos os pontos de vista. Este é o epítome de como construir para o longo prazo”, finalizou o juri.
