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Conheça exemplos reais de cidades que aplicam o ODS 11, da ONU
Exemplos mundiais mostram como as cidades estão aplicando o ODS 11, da ONU, em busca da Agenda 2030
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Redação em 24 de janeiro de 2022 5minutos de leitura
A Agenda 2030, iniciativa global capitaneada pelas Nações Unidas, mas com forte participação de corporações, tem várias metas, chamadas tecnicamente de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ou ODS. Um deles é o ODS 11, que trata de Cidades e Comunidades Sustentáveis, sobre a qual o Habitability separou alguns exemplos positivos de sua implantação no mundo, que vão de Singapura à Valência.
Singapura inteligente
A cidade-estado na Ásia estabeleceu um acordo com a União Internacional de Telecomunicações (UIT) para implementar os principais indicadores de desempenho em cidades inteligentes e sustentáveis. Com foco na ‘Iniciativa de Nação Inteligente’, Singapura criou um projeto piloto para tornar-se uma nação inteligente e medir o progresso dessa transição tendo como base o ODS 11.
As iniciativas envolveram a reorganização de vários ministérios sob o Escritório do Programa Nação Inteligente. Esta decisão permitiu maior conectividade entre a área pública e as empresas, focando na infraestrutura de telecomunicações e tecnologia da informação (TIC).
Na prática: os recursos de TIC têm sido fundamentais para monitorar a qualidade e consumo do ar e da água. As TICs também avançaram no monitoramento das emissões de gases. Além disso, vias públicas, transporte e edifícios foram todos integrados com TICs para mitigar seus impactos ambientais e aumentar a eficiência.
Urbanização inclusiva na Suíça
A cidade de Pully, na Suíça, usou os principais indicadores de desempenho do United for Smart Sustainable Cities (U4SSC) para identificar seus pontos fortes, as oportunidades de desenvolvimento e os desafios. A meta da cidade era aumentar a urbanização inclusiva e sustentável e a capacidade de planejamento e gestão participativa, integrada e sustentável de assentamentos humanos até 2030.
Durante quatro anos, Pully desenvolveu vários projetos de cidades inteligentes e, em 2017, observou que estava pronta para desenvolver um sistema inteligente. Para fazer isso era importante ter uma visão geral e estabelecer uma linha de base a respeito do nível de digitalização da cidade. A ação envolveu a criação de indicadores chave (KPIs) junto com a Swisscom, empresa de telecomunicações suíça, e eles passaram a ser adotados como base.
A implementação ajudou os formuladores de políticas a identificar oportunidades de melhorias que incluem energia, inclusão social, edifícios, eletricidade, abastecimento e transporte. Vários desafios relacionados também foram reconhecidos, tais como cuidados infantis, disponibilidade, consumo de energia renovável e transporte público e ciclismo.
Sistema de alerta na Indonésia
A Indonésia testou um sistema de alerta precoce em 98 distritos de 28 províncias, adotando o Padrão Internacional ISO 22327 sobre “Segurança e resiliência – Gestão de emergência – Diretrizes para implementação de um sistema de alerta precoce de escorregamento baseado na comunidade”. A meta era fortalecer a resiliência da comunidade a desastres como deslizamentos de terra.
O sistema foi instalado nos distritos com maior possibilidade de ocorrência de escorregamentos. A avaliação técnica foi realizada para determinar a área de risco de perigo e, além de questões técnicas, foi garantido que a comunidade entendesse como responder no caso de um aviso do sistema.
A socialização foi realizada para disseminar o conhecimento do deslizamento de terra para a comunidade e para executar o Procedimento de Operação Padrão (SOP) para evacuação, a partir de um mapa familiar ao conhecimento local.
Transporte seguro no Egito
O governo egípcio usou padrões como a ISO 14813-1: 2015 sobre “Sistemas de transporte inteligentes” para melhorar a segurança do transporte, proteção e mobilidade em um total de 6 mil km das principais rodovias e rotas de transporte do país.
O sistema envolveu a implantação de equipamentos de campo (sensores, câmeras, leitores RFID e outros), combinados com a análise de ponta e de capacidades. Todos foram interconectados por uma infraestrutura de comunicação confiável e resiliente para o sistema de back-end, além de um comando central e de um centro de controle, com emprego de gerenciamento de tráfego.
O estudo de caso evitou a armadilha para cidades, que é a implementação de sistemas ou de protocolos proprietários, ficando dependente de um único fornecedor. Para isso, a iniciativa do Egito mostrou a importância de soluções padronizadas para garantir a interoperabilidade e diminuir o custo total de propriedade do sistema. A padronização também permitiu uma futura escalabilidade, pois a implantação aconteceu modularmente. O planejamento otimizado da manutenção foi outro ganho destacado pelos egípcios.
Valência define e compartilha KPIs
A administração da cidade de Valência, na Espanha, desenvolveu indicadores-chave de desempenho (KPIs) compartilhados em uma plataforma aberta. Isso permitiu quebrar silos de informações na administração, levando a uma gestão de decisões integrada, transparente e aprimorada.
A adoção e compartilhamento dos KPIs permitiu que que as métricas da cidade pudessem ser adotadas e comparadas com as de outras cidades, estabelecendo benchmarking de cidade inteligente. O processo levou ainda à criação de painéis racionais com base nos KPIs definidos, de forma a apoiar as decisões do administrador da cidade.
O projeto de Valência viabilizou a implantação de soluções verticais como as baseadas em Internet das Coisas (IoT), além de acelerar os resultados de várias iniciativas, uma vez que elas tinham um padrão a ser avaliado. A experiência do uso de KPIs também pode ser replicada facilmente em qualquer outra cidade, já que as soluções foram construídas em uma plataforma aberta.
Abastecimento de água na Tailândia
O estudo de caso tailandês envolveu o uso das Diretrizes de Qualidade de Água Potável da Organização Mundial da Saúde como base para desenvolver a ferramenta de Avaliação dos Sistemas de Abastecimento de Água das Aldeias (QSVS). A ferramenta permitiu a coleta de componentes estruturais e não estruturais dos sistemas de abastecimento de água das aldeias, ajudando a entender os desafios e as causas do funcionamento e desempenho do sistema de abastecimento de água em várias localidades do país asiático.
A tecnologia de autoavaliação viabilizou a iniciativa dos administradores locais em entender o impacto de padrões de qualidade em sistemas de abastecimento de água, tendo como resultado final o fornecimento de água limpa aos moradores.
O rascunho do formulário de avaliação para sistemas de abastecimento de água da aldeia foi testado em 220 aldeias de 42 províncias da Tailândia, sendo editado posteriormente para facilitar a compreensão pelas comunidades locais.
Veja também o episódio 08 do podcast Habitability:
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