Construção sustentável: a casa de barro impressa em 3D
Na Itália, um conjunto de casas que utiliza impressão 3D e modelagem de barro é ponto de inovação e de design sustentável.
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Redação em 27 de abril de 2022 3minutos de leitura
Em meio às discussões sobre a mudança global do clima e sobre as políticas públicas para enfrentar os novos tempos, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 (COP-26) deu espaço para apresentar como a construção sustentável está traduzida pelo mundo. São exemplos que mostram que as habitações e os prédios também têm um papel importante na transformação do planeta, mas formas variadas.
Depois da escola de bambu de Bali, confira o exemplo que vem da Itália. O projeto mistura um dos materiais mais antigos de construção com um dos meios mais novos de se construir: barro e impressão 3D. Denominado TECLA, uma mistura de “technology” e “clay” – palavra em inglês para barro, ele usa as ferramentas de 3D para construir residências.
Construção sustentável, do barro ao bairro
O TECLA foi criado em conjunto pela WASP, empresa de impressão 3D, e o arquiteto italiano Mario Cucinella. A habitação tem um formato de doma e utiliza o barro em suas paredes. “Juntar a tecnologia avançada a um material que faz parte da história da arquitetura é uma grande combinação”, disse Cucinella em entrevista à revista Forbes.
O uso do barro também significa que toda a matéria-prima usada para as construções foram extraídas do solo daquele lugar, eliminando a geração de resíduos e reduzindo a emissão de carbono. Para chegar ao material próprio para a construção, os engenheiros da WASP encontraram um tipo de aditivo que se coloca no solo e, assim, o transformam em uma espécie de barro “turbinado”. A mistura, então, serve como um tipo de papel para a impressora 3D gigante. O material ainda é biodegradável e reciclável.
Construção sustentável em tempo recorde
A construção da TECLA ainda chama atenção pela agilidade: uma impressora consegue construir dois módulos de 4,2 metros de altura, com uma área de quase 60 metros cúbicos, em menos de 200 horas. Para se ter ideia, o tempo de construção normal de um espaço desse tamanho fica entre 100 e 150 dias. A redução do tempo também leva ao uso de menos energia elétrica.
O ponto mais importante em termos de tempo é que as residências podem ser habitadas imediatamente. Assim, as casas podem ser perfeitas para uma situação de abrigos de risco, como no caso de terremotos ou inundações. A sustentabilidade vem junto com a resiliência, já que dá espaço para que a emergência das cidades seja atendida rapidamente.
Construções sustentáveis: TECLA, o passado e o futuro
A primeira TECLA tem uma sala de estar aberta, com cozinha, um quarto e um banheiro. A ideia é que o projeto possa acomodar áreas acopladas. Além disso, ele ainda conta com uma série de designs diferentes para cada clima, dando conforto térmico aos moradores. A espessura das paredes pode ser modulada, bem como a altura das casas e o ponto de ventilação de ar.
Existem designs diferentes para o frio, para ambientes desérticos e para espaços tropicais. “Nós perdemos o conhecimento de fazer o design de prédios que acomodam o clima. Nos últimos 50 anos, os prédios em todos os lugares do mundo estão muito parecidos”, disse Cucinella. Para ele, o design precisa ser feito com empatia e pensando nas temperaturas do local, coisas que não têm exatamente a ver com a tecnologia. “Quando Marco Polo foi para a Pérsia no século 13, os persas ofereceram a ele sorvete, porque eles tinham desenhado um espaço especial para conservar o frio”, exemplifica Cucinella.
Construções sustentáveis e impressão 3D
As paredes da TECLA são feitas em camadas e ondas internas, o que provê estabilidade estrutural, mas também uma barreira térmica. São 350 camadas para construir uma casa de dois módulos. Cucinella considera o design uma forma “honesta e sincera”, pensada na funcionalidade e na capacidade técnica da impressão 3D. No relatório do projeto enviado à COP-26, há uma explicação detalhada sobre o funcionamento das impressoras. Mas tanto Cucinella, quanto a WASP, comentam que a ideia inicial do projeto era apenas ver se a impressão 3D poderia ser usada em escala para a construção de espaços. Como se vê, a resposta foi afirmativa, mas muito mais surpreendente.
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