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Do Egito à Bahia, construtoras ativam projetos em cidades turísticas
Outras cidades turísticas como Las Vegas e Ubatuba, no Litoral de São Paulo, também reforçam apostas em construções
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Redação em 21 de janeiro de 2022 5minutos de leitura
Apesar de ser quase oito vezes maior do que o Egito, o Brasil perde no quesito turismo para o país do norte da África. Em 2019 recebemos cerca de 6,3 milhões de visitantes estrangeiros, enquanto os egípcios deram as boas-vindas a mais de 13 milhões. Grande parte deles foi atraída pelas famosas pirâmides, próximas à capital Cairo. Agora, com a construção do novo museu egípcio, praticamente ao lado das pirâmides, o Egito ganha mais um atrativo.
Um novo museu no Egito
A obra vem sendo erguida desde 2011 pela joint-venture entre a construtora belga Besix e a egípcia Orascom. O consórcio é responsável por tirar do papel o arrojado projeto arquitetônico sino-irlandês. Sem o know how de construtoras como a Besix e a Orascom, a obra seria apenas um sonho, uma vez que foi preciso escavar muita areia para estabilizar a base do novo museu.
As obras já envolveram cerca de 4 mil trabalhadores no pico em apenas um dia e um dos principais desafios foi a construção de um muro de contenção com 30 metros de altura. É basicamente uma barragem de areia, que sustenta a escarpa onde está inserido o novo conjunto edificado.
A grande escada, que mede 100 metros de largura em sua base e se eleva 24 metros de altura, é um espaço de galeria para artefatos pesados. Outros grandes desafios incluíram a construção do telhado de chapa dobrada, com 30 mil metros quadrados em concreto armado branco e vãos de até 45 metros em galerias.
As fachadas das extremidades e as “janelas” voltadas para as pirâmides também foram construtivamente desafiadoras. Elas têm até 45 metros de largura e 20 metros de altura, mas são sustentadas por cabos tensionados com diâmetro não superior a 20 milímetros.
Las Vegas mantém tradição em construções arrojadas
O exemplo egípcio mostra como as construtoras viabilizam projetos ousados e impulsionam o turismo, mesmo em cidades já estabelecidas como polos de atração de visitantes. Las Vegas, no estado norte-americano de Nevada, também em pleno deserto, é outro exemplo.
Na capital das apostas, uma das intervenções mais recentes é a MSG Sphere: uma estrutura globular de aço, com 17,5 mil lugares, que terá, inclusive, uma tela de LCD gigante. “Este local tem todos os desafios de engenharia e construção possíveis, o que é absolutamente emocionante saber que trabalhamos nisso todos os dias”, disse Nick Tomasino, vice-presidente de construção da MSG Entertainment, a dona da obra.
A conclusão do projeto está definida para 2023 e a um custo de US$ 1,8 bilhão. Geograficamente, fica entre os cassinos The Venetian e Palazzo, e o Centro de Convenções da cidade.
Vegas, aliás, nasceu da infraestrutura de construção, e em 200 anos tornou-se uma das cidades de crescimento mais rápido dos Estados Unidos. Hoje é uma metrópole movimentada e forjada com neon, inovação e uma população diversificada de mais de 2 milhões de pessoas.
A cidade era uma espécie de oásis – pela presença de água – e levou um grupo de mórmons a construir o primeiro assentamento numa área de parada de uma antiga trilha estabelecida por mexicanos. O local também definiu a parada da ferrovia, que ligava Salt Lake City, em Utah, a Los Angeles, na Califórnia, colocando Las Vegas oficialmente no mapa.
Outra construção icônica, na década de 1930, a Hoover Dam, em plena depressão, novamente colocou a construção como fonte de emprego e desenvolvimento. Atualmente, a barragem também é um ponto turístico.
Arábia Saudita investe em turismo com responsabilidade ambiental
Os sauditas, inclusive, apostam no país como um futuro polo turístico, equilibrando a dependência do petróleo como fonte de renda. Como uma das maiores empresas de gerenciamento de projetos do mundo, a Hill International está se preparando para uma função em qualquer ponto ao longo do ciclo de construção de um projeto. A lista envolve desde parcerias público-privadas (PPPs) para construções residenciais no Bahrein, até o Museu Sheikh Zayed, nos Emirados Árabes Unidos (UAE).
Na Arábia Saudita, o Fundo de Investimento Público (PIF) anunciou planos para a Rig, um novo projeto de turismo inspirado em plataformas de petróleo marítimas . O empreendimento deve ocupar uma área total de 150 mil metros quadrados e contará com uma série de atrações turísticas, incluindo três hotéis, restaurantes de classe mundial, helipontos e uma variedade de atividades de aventura com esportes radicais.
A PIF defende a preservação do meio ambiente no entorno dos projetos e por isso a Arábia Saudita deve seguir os principais padrões globais em ESG. Isso ainda deve ter apoio de vários projetos e empresas importantes em regiões do país, incluindo a Red Sea Development Company, a Alsoudah Development Company e a Cruise Saudi Company.
Construções na Bahia e em Ubatuba (SP) também miram no turismo
Aqui no Brasil o know how da construção vem sendo aplicado em várias frentes, mas o litoral do país é o ponto mais visível. Na Bahia, a Prima Empreendimentos está lançando o Ponta de Inhambupe, que é o primeiro, de alguns empreendimentos que devem ser apresentados nos próximos dez anos, de acordo com a construtora. A empresa calcula quase R$1 bilhão de investimentos no país, sendo grande parte do volume na localidade marcada por paisagens no Nordeste da Bahia.
Luciano Lopes, diretor executivo da Prima Empreendimentos e presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia (ABIH-BA), disse que o Baixio, na Bahia, é a maior área do Brasil com licença para o desenvolvimento de projetos turísticos e imobiliários, reforçando o aspecto de sustentabilidade das cidades turísticas.
A mesma pegada das construtoras como vetores de desenvolvimento do turismo acontece em Ubatuba, em São Paulo. O crescimento da região acima da média também impacta nos aluguéis, que estão 60% mais caros do que nas cidades do litoral Sul paulista. A construção, nesse caso, atua tanto na infraestrutura, com a ampliação dos portos e obras na rodovia dos Tamoios, como em empreendimentos imobiliários.
Para a A3 Construtora, que está investindo na região, a cidade é atrativa para investimentos em imóveis pelo capital turístico que detém. Do ponto de vista ambiental, Ubatuba segue a Lei da Mata Atlântica e, desde 2017, o estado estabeleceu um plano de zoneamento ecológico-econômico (ZEE), com a liberação do desmatamento de até 40% da área de cada terreno para construção. Isso gerou uma expectativa de aumento de 50% da exploração da área, além da verticalização de alguns bairros, gerando mais moradias e imóveis para locação por temporada.
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