ESG não é fim, é jornada contínua

Com 23 anos de experiência em sustentabilidade, Glaucia Terreo tem uma trajetória que se mescla à própria evolução do tema na agenda do País.

Por Paula Caires em 26 de fevereiro de 2024 11 minutos de leitura

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Glaucia Terreo (Foto: Divulgação)

Adepta a um estilo de vida que vê nas micro ações a capacidade de mudar o mundo, por meio da transformação das pessoas, o encontro da trajetória profissional de Glaucia Terreo com a jornada ESG no Brasil começou a partir da intervenção de uma amiga de universidade, que viu em uma vaga na área de indicadores sociais do Instituto Ethos o perfil exato de Glaucia. E ela estava certa. Glaucia não apenas foi selecionada para a vaga, como também encontrou nela seu propósito. Após seis anos, ela seria convidada para o maior desafio de sua carreira – representar o primeiro escritório da Global Reporting Initiative (GRI) fora da Holanda, no Brasil.

Quinze anos depois, a GRI já tem escritórios em mais de seis países, sendo a principal referência em padronização de informações e indicadores para relatos de sustentabilidade, contribuindo para a consistência e transparência desse processo e viabilizando a mensuração e a comparação dos impactos e resultados. “Em 2007 havia seis relatórios GRI no Brasil. Três anos depois já eram 75”, lembra ela. Em 2022, segundo pesquisa da KPMG, a GRI era a principal metodologia utilizada para o desenvolvimento de relatórios de sustentabilidade no Brasil, com 93% de adesão.

Novas metodologias foram desenvolvidas e disseminadas, o termo ESG (do inglês Environment, Social & Governance” – Ambiental, Social e Governança) entrou de vez para a pauta da sociedade e das empresas e – o mais recente avanço – o Brasil se tornou o primeiro do mundo a adotar oficialmente um padrão global de reporte de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade, com a resolução da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que avaliza as normas do International Financial Reporting Standards (IFRS). A medida, inserida no plano de transformação ecológica, como é chamado oficialmente a agenda verde do Governo Federal, obriga as empresas de capital aberto listadas na B3 a publicar relatórios financeiros incluindo a ótica da sustentabilidade, a partir de 2026.

Atualmente consultora independente, instrutora e coordenadora do curso de Comitê ESG do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e professora em cursos de MBA e pós-graduação no IBMEC, FIA USP, Instituto Rui Barbosa, PECEGE e Senai Cimatec, Glaucia parte do fundamento de que a sustentabilidade e a jornada ESG são um compromisso contínuo e infinito e de que o perfeito não existe, já que a própria existência humana implica em impactos em seu meio. Assim, vê o atual momento com boas perspectivas. Na entrevista a seguir, concedida ao Habitability, ela compartilha sua visão acerca do avanço desse tema na agenda global e os próximos passos rumo a um futuro mais equilibrado e justo. 

Em 2021, a carta do CEO da BlackRock (uma das maiores gestoras de investimentos do mundo), Larry Fink, aos investidores, foi entendida como um ultimato e um marco da associação entre responsabilidade socioambiental e desenvolvimento econômico-financeiro. “Não é uma agenda social ou ideológica. Não é ‘justiça social’. É capitalismo, conduzido por relacionamentos mutuamente benéficos entre você e os funcionários, clientes, fornecedores e comunidades nos quais sua empresa depende para prosperar”. Estamos caminhando para que de fato o ESG seja visto como parte estratégica do negócio? 

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Glaucia Terreo – Precisamos adotar um novo tipo de capitalismo, uma nova economia que promova o valor compartilhado, onde as empresas prosperem juntamente com a sociedade. Empresas sustentáveis em uma sociedade doente simplesmente não existem. Vide a dificuldade de prosperar em países socialmente instáveis.

Definitivamente há uma maior conscientização. Quando olho para trás e comparo com o presente, percebo isso claramente. A prova disso é a crescente demanda por cursos de MBA em Empresas Socialmente Responsáveis, buscados por profissionais que desejam atuar nessa área. Idealmente, essa competência não precisaria ser adquirida apenas por meio de um MBA específico. Estamos corrigindo o curso da estrada, ajustando nossos caminhos. No futuro, é de se esperar que todas as disciplinas nas faculdades incorporem esse conceito de forma intrínseca. Acredito que, se as pessoas não se esforçarem para melhorar, nunca teremos um mundo melhor, de fato.

Plano de Ação de Finanças Sustentáveis da CVM, lançado no início de outubro  de 2023 visa, dentre outros pontos, aprimorar e criar normas específicas sobre finanças sustentáveis, combater o greenwashing e orientar participantes do mercado. O primeiro resultado é a Resolução 193, que dispõe sobre a elaboração e divulgação do relatório de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade com base no padrão internacional emitido pelo International Sustainability Standards Board (ISSB). A elaboração de relatórios de sustentabilidade nesse padrão se tornará obrigatória a partir de 2027 para companhias das categorias A e B. Como as companhias devem se preparar para esse momento?

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Glaucia Terreo – Não há saída. É necessário estudar, adquirir conhecimento e, principalmente, capacitar a alta gestão. Precisamos compreender que a sustentabilidade e a gestão de riscos são aspectos essenciais para o negócio. É fundamental entender como todo o trabalho na área de ESG e sustentabilidade impacta na competitividade. É importante manter essa narrativa como fio condutor, pois é isso que convence a alta gestão.

Herbert de Souza, o Betinho, fundou o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) 1980 e liderou o movimento pelo balanço social em 1997, quando também surgiu a GRI. Já estamos em 2024! Acredito que ja é hora de transformar isso em regulamentação, embora eu acredito que as empresas vão penar um pouco nesse processo. No entanto, precisamos começar de alguma forma. A regulação pelo relatório é uma maneira, mas ainda teremos que ampliar a fiscalização de outras questões, relacionadas aos aspectos sociais e ambientais, com mais rigor. Tudo isso deve fazer parte do mesmo movimento.

Não há mais tempo para processos voluntários. Devemos seguir em direção à regulamentação agora mesmo. O mundo está em uma situação que exige uma mudança no sistema econômico e uma transformação completa no sistema de produção e consumo, e os relatórios fazem parte disso. 

Como você avalia a adesão das empresas brasileiras às práticas de relatórios de sustentabilidade?

Glaucia Terreo – Os esforços da GRI para tornar a ferramenta mais acessível impulsionou um aumento exponencial em sua adesão. Até a versão G2, os relatórios eram basicamente uma publicação repleta de indicadores, com longas explicações e tudo em inglês. Com a versão G3, houve uma organização muito melhor, com a inclusão de protocolos e o conteúdo foi traduzido para o português pelo Instituto Ethos.

As recentes análises da PwC e da KPMG demonstram que os relatórios elaborados com base nas normas GRI predominam no Brasil. E isso é positivo, pois a GRI é uma ferramenta robusta, cuja estrutura de conhecimento não se limita à quem quer relatar, mas também aprender, fornecendo referências para tudo o que está registrado ali. É um convite para o aprendizado.

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Um exemplo disso é o indicador econômico de impacto indireto, que estimula a reflexão sobre as externalidades da empresa, tanto positivas quanto negativas. No caso de relatos sobre projetos sociais, por exemplo, o indicador orienta focar nos resultados alcançados por tais iniciativas, não simplesmente um descritivo promocional da ação.

É nessa visão que se baseia o conceito de dupla materialidade, trazido pela nova versão GRI?

Glaucia Terreo – Sim, o conceito fundamental é o da dupla materialidade, ou seja, o impacto na empresa e da empresa. Um grande risco é as pessoas focarem apenas no impacto na empresa, sem considerar o seu próprio papel. Por exemplo, se uma empresa emite gases de efeito estufa por meio de sua cadeia de suprimentos, ela também está contribuindo para as mudanças climáticas e deve assumir a responsabilidade por isso. É preciso evitar o encurtamento ou a simplificação excessiva das questões.

O caminho para compreender o impacto primário e fazer a gestão desse impacto para gerenciar o risco é algo que as empresas precisam percorrer em sua totalidade, e não apenas se limitar ao que as afeta diretamente. O que acontece em sua empresa afeta a sociedade como um todo e vice-versa. Não adianta, por exemplo, continuar discutindo justiça social enquanto o maior salário dentro da empresa é mil vezes maior do que o menor, como vimos recentemente na mídia.

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Como podemos trazer essa coerência entre o discurso e a prática para nossas próprias ações, considerando que, como você diz, o simples nascer já implica em impactos para o meio?

Glaucia Terreo – Embora devemos reconhecer que alcançar a perfeição não é possível, procurar sempre fazer o certo é essencial. Devemos nos esforçar para fazer o máximo possível para minimizar nosso impacto negativo, a começar pela forma como nos relacionamos com o próximo, em um esforço contínuo de sermos seres humanos melhores. Afinal, como você se comporta em termos de relacionamento pode gerar impactos positivos significativos no mundo. Sempre que trabalhamos nesse processo de soma e construção, os impactos são ampliados. Não quer dizer que devemos consumir churrasco todos os dias: o equilíbrio é importante tanto para nossa própria saúde, quanto para a convivência com aqueles ao nosso redor. Além disso, podemos buscar priorizar empresas que causam menos impacto.

Em abril de 2021, a Comissão Europeia divulgou a proposta da Corporate Sustainability Reporting Directive (CSRD) – extensão da diretiva europeia existente sobre relatórios de sustentabilidade, a Non-Financial Reporting Directive (NFRD), que exige o reporte obrigatório sobre o impacto ambiental e social das atividades empresariais, bem como uma asseguração independente sobre as informações não financeiras apresentadas. Para muitas empresas, o cronograma proposto pela CSRD irá demandar que elas iniciem a preparação para cumprirem com as obrigações ainda este ano. Qual o impacto disso para o mundo?

Glaucia Terreo – É como um sonho realizado ver o International Financial Reporting Standards Foudantion (IFRS) abordando a sustentabilidade, algo que nem imaginávamos quando comecei minha carreira na área. Por outro lado, existe o risco de simplificar demais as coisas, porque ainda há quem adote o conceito do business as usual, considerando a sustentabilidade apenas como um custo. Há quem queira simplificar demais as coisas, mas implementar um relatório sério e transparente demanda bastante trabalho, porque não se trata apenas de uma ferramenta de comunicação, mas de gestão. A ideia do relatório vai além de comunicar aos stakeholders sobre os impactos da empresa e como tais impactos vem sendo gerenciados, mas também ser uma ferramenta para que a empresa amplie sua visão acerca de seus impactos e de seus mecanismos de controle, de governança e dissemine a cultura da sustentabilidade internamente.

As normas GRI sofreram diversas alterações em sua última versão, além da publicação dos cadernos temáticos. Como essas alterações contribuem para essa jornada ESG? Qual o propósito/objetivo dessas mudanças?

Glaucia Terreo – A GRI foi tão cuidadosa que, até a versão G4, denominava suas diretrizes como “rascunho”. Foram anos de trabalho árduo em busca de uma abordagem consistente. Em 2014, percebeu-se que havia amadurecido o suficiente. Era a hora de fazer a transição para normas definitivas. Essa mudança representou uma evolução na governança e na forma de trabalho, unindo as normas GRI 2021 e os cadernos setoriais, que são frutos de uma busca incessante por consistência, visando oferecer conteúdo que verdadeiramente faça sentido para as empresas.

Às vezes, as pessoas pensam que se trata apenas de uma narrativa, mas não é. Um relatório GRI deve ser o resultado de um trabalho árduo usando suas normas. É um documento e não livro de cabeceira. Ele deve ser destinado à consulta, para auxiliar na tomada de decisões. Em suma, a GRI questiona: qual é o seu impacto? Tanto positivo quanto negativo? A partir daí, a empresa deve definir o que chamamos de temas materiais e os indicadores pertinentes a eles. 

Transparência e equilíbrios são premissas dos relatórios, mas que ainda encontram desafios para se tornarem realidades. O que está por trás dessa resistência e como minimizá-la?

Glaucia Terreo – A elaboração e publicação dos relatórios de sustentabilidade de forma integrada são extremamente necessárias, pois contemplam os aspectos da administração global da organização, conectando desempenho financeiro, gestão de riscos e o desenvolvimento sustentável, sempre a partir da visão dos impactos gerados reais e potenciais, positivos e negativos. Mas a transparência e o equilíbrio das informações devem realmente ser premissas. Esses são dois pontos fundamentais para os quais os indicadores GRI buscam contribuir por meio de metodologia, padronização, fundamentos e disseminação de informação e conhecimento.

No entanto, ainda é necessário que as empresas superem a cultura de evitar admitir erros e passem a relatar de forma transparente por que estão investindo em determinado aspecto. Não adianta ir só até o impacto. É preciso trazer a questão para dentro da empresa para melhorar a gestão de modo a reduzir tal impacto, justificando com embasamento junto aos investidores o custo necessário para tal, ou seja, contextualizando o esforço para mitigar um impacto/risco futuro. Isso é responsabilidade das empresas.

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Quais são os desafios mais significativos do momento?

Glaucia Terreo – O atual sistema econômico muitas vezes prioriza os resultados financeiros das empresas acima de qualquer coisa, inclusive ética. Movimentos como os sistemas B, o capitalismo consciente e a economia regenerativa de Kate Raworth, especialmente o conceito da economia da “rosquinha”, trazem perspectivas valiosas. Uma frase impactante dela é: “economia não deve ser pensada apenas para o crescimento; uma economia de sucesso é aquela que prospera para todos e não apenas para alguns que continuam a crescer indefinidamente”.

É uma nova forma de ver a economia e o papel das empresas, mas que ainda tem o desafio de superar a a visão de que o único propósito de uma empresa é gerar lucro para os acionistas, como disse o economista ganhador de prêmio Nobel Milton Friedman há mais de 50 anos. Ele formatou a economia, a academia e as pessoas e colocou uma pedra em cima de qualquer outra coisa. Até hoje, essa mentalidade permeia a alta gestão de muitas empresas, que é o cerne das tomadas de decisões.

Se os líderes são cobrados apenas por resultados financeiros a qualquer custo, como poderão liderar e coordenar a empresa de forma ética? Isso levanta a importância de uma abordagem sistêmica de ESG, que permeie toda a companhia.

Embora a sigla ESG tenha ganhado notoriedade nos últimos anos, o conceito veio à público em 2004, quando o então secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, enviou uma carta para o mercado financeiro intitulada “Quem se importa, vence”. Em sua opinião, o que popularizou o termo ESG?

Glaucia Terreo – Esse documento, resultado de uma conferência que ele organizou, mostra a sustentabilidade como algo maior, trazendo-a muito para a gestão da empresa e para a visão do mercado financeiro. O conceito ganhou novo destaque a partir do momento em que o presidente do maior fundo de investimento do mundo o mencionou em sua carta ao mercado, simultaneamente à época da pandemia. Embora a mídia tenha comunicado que Larry Fink não quer mais falar de ESG e até questionarem o fato dele gerir investimentos em empresas petrolíferas, não tiro esse mérito dele. Primeiramente porque ele não se opõe a abordar o tema, mas em fazê-lo sem consistência e pragmatismo. E, depois, porque acredito que precisamos adotar uma abordagem pragmática e pensar friamente: por exemplo, o que faríamos se amanhã não houvesse mais petróleo no mundo? O que aconteceria? Por isso que falo sempre de jornada, de evolução e de continuidade. Acho que o ponto é sempre se questionar: o que podemos fazer hoje? Como podemos melhor?

A construção civil tem importante papel no desenvolvimento socioeconômico, mas também tem impacto sobre o meio ambiente. Como avalia a atuação do setor e o caminho para equalizar cada vez mais essa relação? 

Foto: Freepik

Glaucia Terreo – Sem moradia não tem dignidade, nem qualidade de vida. Além disso, precisamos levar em consideração que uma construção tem um tempo de vida útil amplo. Ou seja, trata-se de algo essencial e durável. Mais uma vez, o caminho é buscar a melhoria contínua, como as pesquisas sobre materiais e métodos construtivos mais sustentáveis, que contribuem para prolongar a vida útil desses espaços e reduzir o seu impacto em todas as etapas. Não tem jeito, desde o momento em que nascemos, começamos a exercer um impacto no mundo. Então, precisamos achar meios para mitigar isso. Embora encontrar soluções não seja uma tarefa simples, elas certamente existem. 

Por fim, como as cidades podem usufruir e aprender com o desenvolvimento do conceito de sustentabilidade empresarial e ESG?

Glaucia Terreo – A GRI possuía um setor voltado para agências públicas, englobando empresas estatais e autarquias, com um histórico de publicações específicas para esse segmento. Sei de algumas empresas estatais e cidades que fizeram uso desses recursos. Por exemplo, o Rio de Janeiro elaborou um relatório de sustentabilidade seguindo o padrão da GRI, assim como a Secretaria do Meio Ambiente de Minas Gerais.

O ICLEI – Governos Locais para Sustentabilidade vem desempenhando esse papel. Ele já teve uma ampla aplicação das diretrizes da GRI na Oceania, incluindo Austrália e Nova Zelândia, e havia até mesmo alguns exemplos notáveis, como as cidades de Londres e Amsterdã. A Suécia foi o primeiro país a utilizar a GRI para obrigar as empresas estatais a relatarem informações socioambientais. O documento utilizado para essa obrigatoriedade estipulava que as empresas estatais deviam ser bem administradas pelo governo, que é o representante da sociedade, e compartilhar informações transparentes e contábeis como uma forma de prestação de contas para o principal acionista, o cidadão.

Esse é o fundamento. Uma entidade pública é, em essência, uma empresa também, portanto, garantir uma gestão eficiente de suas informações é algo que pode ser utilizado para organizar e promover transparência, especialmente considerando que ela gerencia recursos públicos. Há uma obrigação de prestação de contas para com os acionistas, que são os cidadãos dessas empresas públicas. Às vezes, elas acabam agindo como autoridades, mas é importante compreender que são um recurso público e, portanto devem ser transparentes. Mas a sociedade também precisa amadurecer. Para poder exigir, a sociedade tem que assumir essa responsabilidade e ser mais participativa.