Fenomenologia na arquitetura, os sentidos dos espaços

Você sabia que a arquitetura pode estimular os sentidos e fazer com que as pessoas tenham percepções distintas dos ambientes?

Por Redação em 3 de maio de 2023 2 minutos de leitura

fenomenologia na arquitetura

Os cinco sentidos humanos (visão, audição, olfato, tato e paladar) funcionam como referências determinantes na arquitetura. Cada característica da construção de um edifício, desde o design até a escolha de materiais e cores, pode influenciar na forma como as pessoas percebem e experimentam o espaço ao seu redor. Mas e se houver mais sentidos para entrar nessa conta? Isso é o que tem mostrado a fenomenologia na arquitetura.

Por meio do estudo da experiência subjetiva de um indivíduo em relação ao mundo, arquitetos elevam a um novo patamar a forma como seus projetos podem se relacionar com as pessoas.

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Outros sentidos

Para além dos cinco sentidos tradicionais, a propriocepção e o sistema vestibular também podem influenciar diretamente na forma como os espaços são projetados e experimentados. A primeira se refere à capacidade do corpo de perceber sua posição, movimento e força muscular, enquanto o sistema vestibular é responsável pelo equilíbrio e pelo senso de orientação no espaço. Assim, uma sensação de movimento, por exemplo, pode ser criada por meio da inclinação de paredes ou pisos, enquanto a sensação de inclinação pode ser criada por meio de superfícies curvas ou inclinadas.

Já a localização de escadas e corredores pode afetar a percepção do corpo em relação ao ambiente, criando uma sensação de movimento e mudança de direção. A altura das janelas e a orientação do edifício também podem afetar a percepção do corpo em relação ao ambiente externo.

O arquiteto Steven Holl, baseado em Nova Iorque, chega a elencar até 11 sentidos, ou seja, para ele há 11 formas de fazer com que os ambientes alterem nossa percepção. Assim, as possibilidades de criar uma experiência mais profunda ficam ainda maiores, permitindo que os espaços sejam consumidos de forma mais integral, a partir da percepção sensorial, e ampliando seu potencial como instrumento de transformação, prazer e, por que não, cura.