Navio verde é movido a “resto”de lixo (e carrega contêineres)

Navio verde usa metanol como combustível e faz primeira viagem oficial para entrega de contêineres. É um marco para o setor.

Por Redação em 23 de agosto de 2023 2 minutos de leitura

navio verde
Foto: Divulgação/Maersk

Um navio verde, movido a biocombustível, já está entregando a primeira leva de contêineres. A embarcação de baixa emissão de carbono iniciou sua primeira viagem oficial em julho deste ano, em um trajeto da Coreia do Sul até a Dinamarca.

Produzido pela gigante do mercado marítimo Maersk, o navio é movido a metanol verde, combustível que vem do gás produzido por resíduos de alimentos em aterros sanitários. O metanol verde pode também ser produzido a partir de biomassa ou por meio de hidrogênio verde.

“A produção de metanol verde pela OCI ocorre em uma instalação nos Estados Unidos, utilizando biogás capturado de resíduos orgânicos em decomposição. Esse biogás é convertido em biometano e, em seguida, transformado em metanol”, explica o site Guia Marítimo

Navio verde e novos combustíveis

Como os carros, os navios verdes conseguem operar usando álcool (ou metanol verde) e com o combustível convencional (ou óleo). O metanol verde, no entanto, não zera as emissões da embarcação, mas tem potencial de reduzi-las entre 65% e 70%. O volume é considerável e representa um caminho da indústria.

“Precisamos resolver esse problema agora”, disse o líder de descarbonização da Maersk, Bo Christiansen em fala para a Fast Company. A companhia, que detêm quase 20% da frota global de navios, estuda usar outras fontes renováveis como combustível, entre elas a amônia vinda do mar.

Por enquanto, o metano verde é a opção mais segura, já que os portos tem infraestrutura para recebe-lo. “Ao contrário do hidrogênio, que também é promovido como um combustível verde, o metanol não precisa ser armazenado sob pressão ou frio extremo, e muitos portos já contam com infraestrutura para manuseá-lo”, explica a BBC

Navegar em águas já conhecidas

navio verde

Atualmente, o transporte marítimo é responsável pela emissão de um bilhão de toneladas de CO² por ano – a mesma quantidade emitida pelo setor aéreo e o correspondente a 3% do total de carbono emitido no mundo. 

O modelo adotado pela Maersk será também de converter os motores da frota atual, mas já há ordens para compra de 120 embarcações do tipo. “As metas da companhia incluem ainda redução de 50% nas emissões por contêiner transportado na frota da Maersk Ocean em 2030 comparado a 2020, e chegar a 25% do volume de contêineres transportado com combustíveis verdes até 2030”, indica o site epbr .

É o começo da jornada que a indústria precisa seguir rumo à meta de zerar a emissão de gases até 2050.