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Pesquisadores alemães descobrem bactéria que decompõe plásticos
Enzimas presentes em bactéria têm capacidade de quebrar plásticos como poliuretano e ajuda no processo de reciclagem do material.
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Redação em 28 de junho de 2023 2minutos de leitura
Uma bactéria que decompõe plásticos foi encontrada por cientistas alemães. Pesquisadores da Universidade de Greifswald, na Alemanha, encontraram enzimas capazes de quebrar o poliuretano, plástico utilizado para produção de colchões, solas de tênis esportivos e revestimentos, ajudando na reciclagem de um dos maiores poluentes do mundo.
As bactérias foram encontradas na terra em volta de fábricas de plástico na Alemanha. Em entrevista à Deutsche Welle (DW), o pesquisador Uwe Bornscheuer conta que as enzimas presentes em tais bactérias conseguem quebrar facilmente os polímeros. No laboratório, as enzimas chamadas uretanases diluíram este tipo de plástico em dois dias.
Em uma publicação científica chamada MAG, o cientista afirmou que foram analisadas cerca de 2 milhões de enzimas em bactérias para que fossem encontradas as primeiras três uretanases capazes de quebrar a ligação que existe neste tipo de plástico.
Bactéria que decompõe plásticos e reciclagem em alta escala
No mundo, mais de 16 milhões de toneladas de poliuretanos são descartados por ano. Menos de um terço é reciclada, e mesmo assim, com dificuldade. Métodos químicos desenvolvidos para a degradação desses compostos requerem abundância de energia, pois são necessárias altas temperaturas e pressões.
Já os métodos biotecnológicos que utilizam microorganismos ou enzimas como biocatalisadores naturais representam uma alternativa menos custosa e mais sustentável para a reciclagem, uma vez que as enzimas conseguem quebrar os polímeros em pequenos blocos microscópicos, tornando-os mais fáceis de serem remontados em novas formas, sem perder a qualidade.
Além disso, o processo feito por Bornscheuerr consegue degradar os poliuretanos em temperaturas moderadas de não mais que 40°C e sem o uso de reagentes químicos. O método também permite que os biocatalisadores possam ser usados para a reciclagem industrial de plásticos.
Mas, calma…
O uso da biotecnologia para reduzir a quantidade de plástico está crescendo, não só para o poliureno, como também para o PET, um dos polímeros mais utilizados no mundo. Os cientistas alemães acreditam que este é um passo para acelerar a economia circular dos plásticos.
Mas outros especialistas, como a presidente da Beyond Plastics, Judith Enck, lembrou que as enzimas não poderão salvar o mundo. Em entrevista à DW, Enck enfatizou que não basta ter sistemas para decompor, é preciso reduzir o uso e fazer melhor manejo do produto descartado.
“Usar enzimas provavelmente não resolverá o problema dos plásticos. Não será capaz de lidar com a enorme quantidade de plástico que inunda o mercado todos os anos. A única solução real para o problema da poluição plástica é fazer menos plástico”, finalizou a especialista.
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