A primeira edição do Prêmio Habitability, que ocorreu no último dia 3 de novembro, no Teatro FAAP, em São Paulo, condecorou cinco iniciativas arquitetônicas com o objetivo de celebrar a capacidade humana de buscar formas de melhorar as cidades brasileiras, por meio da inovação, arquitetura e urbanismo.
Como toda grande premiação, a MRV&CO e a plataforma Habitability, trouxeram ao evento troféus – idênticos para todas as categorias – com o aspecto de obra de arte, feito pelo artista plástico e designer Nido Campolongo.
Cumprindo o propósito do prêmio de promover iniciativas sustentáveis, as miniaturas de ocas auto-iluminadas foram construídas artesanalmente com materiais naturais e reutilizados, como madeira de demolição, cartão, bambu e LED.
Conceito do troféu
Para a criação do troféu do Prêmio Habitability, Campolongo se inspirou em uma ideia que o filósofo Gaston Bachelard expressava sobre o significado do habitar. “Qual o benefício mais precioso da casa, diríamos: a casa abriga o devaneio, a casa protege o sonhador, a casa permite sonhar em paz. Nosso objetivo está claro agora: pretendemos mostrar que a casa é uma das maiores forças de integração para os pensamentos, as lembranças e os sonhos do homem”, disse o pensador em seu livro “A Poética do Espaço” publicado em 1958.
O objeto elaborado pelo artista plástico carrega essa simbologia da moradia e todos os sentimentos que a morada proporciona ao homem. A luz inserida na peça revela a casa como um abrigo vivo e habitado, ao mesmo tempo em que integra o elemento tecnológico, salientando a inovação habitacional dos novos dias. Além disso, a obra ainda passa pela valorização da arquitetura sustentável e indígena das malocas xinguanas e waimiri-atroari.
Por meio do seu processo de produção, a peça em si mesma defende o desenvolvimento sustentável das cidades, principalmente, quando colocada nas mãos dos vencedores, que seguem trabalhando pelo aprimoramento do habitar, da mobilidade, da sustentabilidade e da humanidade.
Projeto Taipaurbana
Além das Ocas indígenas, Campolongo buscou inspiração no Projeto Taipaurbana, que foi iniciado em 2002, com a criação de uma matéria composta por resíduos industriais de papel e celulose combinados com terra.
Utilizado como elemento construtivo na forma de argamassas ou tijolos, o artista plástico disse que a nova matéria vem sendo testada em suas obras como material alternativo ao cimento, em construções sustentáveis de baixo custo, assim como objetos e embalagens também estão sendo produzidos com esta nova matéria.