Cidade do interior paulista é a primeira smart city do Brasil

Cidade no interior de São Paulo tornou-se a primeira smart city do Brasil, segundo a ABNT. Apenas 79 lugares no mundo têm a certificação.

Por Redação em 14 de abril de 2022 2 minutos de leitura

São José dos Campos é oficialmente a primeira smart city do Brasil. Localizado a 100 km de São Paulo, o município recebeu o certificado de cidade inteligente da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Dessa forma, passa a fazer parte de um seleto grupo de outras 79 cidades pelo mundo. Isso porque a certificação da ABNT é baseada em três normas internacionais regulamentadas pelo World Council on City Data, ligado à Organização das Nações Unidas (ONU). 

Smart city brasileira de carteirinha

Para concessão do título de smart city brasileira, a cidade passou por um processo de análise de 276 indicadores, de acordo com as três normas ISO designadas para esta finalidade: NBR ISO 37120, NBR ISO 37122 e NBR ISO 37123 – cada uma delas com ênfase em tópicos essenciais para o bom funcionamento de um município. A norma ISO 37120 refere-se à qualidade de vida e sustentabilidade; a ISO 37122, à tecnologia; e a ISO 37123, à capacidade de prevenção e ação diante de desastres naturais e à economia da cidade, chamado de resiliência.

Uso de tecnologia se destaca

Os destaques da smart city brasileira São José dos Campos foram os investimentos em áreas da gestão pública como saúde, educação, mobilidade urbana e segurança pública, com destaque para o uso de tecnologias aplicadas. Uma das iniciativas usa a Internet das Coisas (da sigla em inglês IoT – Internet of Things) em vagas de estacionamento para informar aos motoristas onde há concentração de áreas com espaço para estacionar nas ruas. Há também na cidade iniciativas como o Centro de Segurança e Inteligência (CSI) – um sistema de monitoramento inteligente ligado a câmeras conectadas em toda a cidade. 

No campo da mobilidade, São José dos Campos criou um corredor de transporte público servido por veículos elétricos, além de ciclovias e áreas verdes para estimular a mobilidade sem carros. A cidade ainda vai construir uma usina solar fotovoltaica para suprir cerca de 30% da energia demandada por prédios públicos

Dados serão estratégicos para melhoria contínua

A escassez de dados comparáveis em cada município torna complicada a adoção de normas ou até mesmo o monitoramento do avanço dos indicadores rumo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. No entanto, de acordo com o presidente da Associação Brasileira de Normas Técnicas, Mario William Esper, a partir da certificação, gestores públicos terão acesso a dados padronizados e auditados por organismo independente, que serão utilizados para orientar decisões de gestão e planejamento.

O processo de certificação Smart city do Brasil pode ajudar também as cidades a atrair investimentos e impulsionar o desenvolvimento econômico com dados comparativos globais, medir o desenvolvimento urbano sustentável, informar os investimentos em infraestrutura com resultados mensuráveis, medir a gestão de desempenho de serviços urbanos e qualidade de vida ao longo do tempo, facilitando a troca de informações e projetos.