A maioria dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Social (ODS) da ONU é aplicável ao mercado imobiliário, mostram pesquisas
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Redação em 10 de outubro de 2021 3minutos de leitura
O mercado imobiliário tem um papel importante na Agenda 2030, estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) há seis anos. Com 17 Objetivos de Desenvolvimento Social (ODS), desdobrados em 169 metas, a Agenda ataca basicamente três frentes: ações de sustentabilidade, iniciativas sociais e governança, resumidas na sigla em inglês ESG.
De acordo com o Green Building Council (GBC), a contribuição dos edifícios sustentáveis aumentou de peso depois do mais recente relatório da ONU (2020), que monitora o atingimento dos ODS em nível global. Um dos pontos indicados pelos documento é o aumento da deterioração do meio ambiente natural. “Diante deste cenário, a contribuição dos edifícios sustentáveis é ainda mais significativa. Eles são uma oportunidade de economizar energia, água e emissões de carbono, além de educar, criar empregos, fortalecer comunidades, melhorar a saúde e o bem-estar, entre outros benefícios”, avalia a GBC em artigo.
Para a entidade, as construções sustentáveis podem atuar mais fortemente em nove dos 17 ODS da ONU. Isto envolve, por exemplo, o ODS 7 (Energia Limpa e Acessível). Nesse caso, o papel das empresas do setor – de incorporadoras às construtoras – é promover a energia renovável e limpa, caso da fonte solar. E a iniciativa não está restrita a condomínios de alto padrão. Pelo contrário.
ODS da ONU para Energia limpa em todas classes sociais
Dados da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena) mostram que sistemas de energia solar domésticos na África fornecem eletricidade aos domicílios por apenas US$ 56 ao ano – o que é mais barato do que o uso do diesel ou do querosene.
Outra frente do mercado imobiliário é o ODS 9 (Indústria, Inovação e Infraestrutura). A avaliação do GBC é que as edificações sustentáveis devem ser projetadas para garantir sua resiliência e adaptabilidade em meio às mudanças climáticas.
Segundo o relatório do New Climate Economy, serão necessários US$ 90 trilhões de investimento no setor de infraestrutura em todo o mundo para alcançar um futuro próspero de prédios com emissões zero nos próximos 15 anos. Esse valor certamente vai gerar inovações e oportunidades de trabalho.
Imóveis em cidades sustentáveis
No caso do ODS 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis), a indústria imobiliária é um ator importante, considerando a estimativa da ONU para 2050: 70% da população mundial deverá morar em áreas urbanas (atualmente o percentual é 55%).
Nesse caso, aliás, o Brasil tem pontuado positivamente, pois ocupa o quinto lugar no ranking mundial de sustentabilidade, com 1.555 construções do tipo já registradas e 641 certificadas. São Paulo concentra a maioria, com 842 registros de construções sustentáveis e 364 certificações de casas, indústrias, hospitais e até bairros.
Fora do Brasil, a indústria imobiliária também vem sendo acompanhada em suas ações. O relatório Global Real Estate Sustainability Benchmark, produzido pela consultoria GRESB é um exemplo. A entidade é focada na validação e na padronização de iniciativas ESG e seus documentos têm sido uma referência para o setor. Na análise mais atual, a GRESB avaliou dados de 25 companhias do setor, indicando o comprometimento mais ativo com 13, dos 17 ODS.
O ODS 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima) é um dos mais destacados, ao lado do ODS 7 (Energia Limpa e Acessível). Ambos são avaliados como os mais adotados em operações relacionadas aos ativos imobiliários. Já o ODS 5 (Igualdade de Gênero), também entre os mais citados, tem os principais focos nas ações internas das companhias do setor.
Como pontos de melhoria para o setor imobiliário, o relatório da GRESB mostra que menos da metade das empresas avaliadas está alinhada com alguns dos ODS da ONU, como o 3 (Saúde e Bem Estar), onde se concentram grandes oportunidades de avanços.
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