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Áreas verdes podem reduzir os danos causados por enchentes
Pesquisadores apontam que usar um conjunto de soluções para integrar as cidades com a natureza pode minimizar os impactos ambientais
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Redação em 1 de dezembro de 2022 2minutos de leitura
Pesquisadores da USP realizaram um estudo a partir da microbacia do Córrego do Mineirinho, no município de São Carlos, interior de São Paulo. O objetivo foi analisar diversos cenários possíveis de intervenção e averiguar quais seriam as melhores opções para o enfrentamento de enchentes em bacias hidrográficas que são atingidas pelo processo de urbanização.
De acordo com o levantamento, uma das alternativas possíveis seria a adoção de áreas verdes, uma infraestrutura que visa integrar cidades com a natureza, a fim de diminuir os impactos ambientais.
Intervenções ecológicas
O foco da pesquisa foi reunir materiais e outros referenciais teóricos já existentes sobre a microbacia, para extrair dados quantitativos e combinar com informações colhidas em campo. A ideia era chegar a resultados que possam levar a intervenções voltadas para a sustentabilidade, solucionando problemas ambientais já conhecidos.
Considerando os fatores ambientais, sociais e econômicos da região, os pesquisadores afirmaram que as medidas passíveis de serem aplicadas englobam a priorização de serviços hidrológicos fornecidos por áreas verdes, como a construção de biovaletas para elevar a infiltração de água e renaturalizar seu ciclo, o que, consequentemente, ameniza os efeitos da urbanização desenfreada. Dentre as demais alternativas apresentadas estão:
reflorestamento, descompactação dos solos e armazenamento de vazão;
adequações de áreas de estacionamento;
instalações de telhados verdes e alternativas similares;
ações de arborização;
construção de corredores verdes, praças com cobertura vegetal e valas de infiltração.
A urbanização acelerada e seus impactos
O artigo que traz o estudo foi publicado na Revista Brasileira de Geografia Física. Produzido por estudantes de pós-graduação da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, o trabalho teve colaboração do professor Marcel Fantin, do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP, em São Carlos (IAU), e contou com recursos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
No texto, os autores destacam que a região da bacia do Mineirinho passa por um processo de urbanização acelerada na fronteira urbano-rural. As consequências disso incluem a perda de atributos naturais, a impermeabilização do solo, a eliminação da vegetação, o adensamento populacional, o aumento da vazão superficial em períodos de chuva, levando à elevação das ocorrências de inundações nos espaços urbanos ao redor.
Rhennan Mecca, doutorando do Programa de Ciências da Engenharia Ambiental da EESC e um dos autores do artigo, afirmou em entrevista ao Jornal da USP que a escolha da bacia do Mineirinho foi feita justamente pela grande representação em relação à realidade de outras bacias hidrográficas semelhantes no Brasil. “É uma região com uma área rural grande, que está sendo ocupada por condomínios horizontais e possui uma área periférica do município, a qual apresenta condições urbanas mais precárias em relação ao resto da cidade”.
Sendo assim, os pesquisadores propõem a revitalização dessas áreas por meio de estratégias pensadas pela ótica da engenharia ambiental. Os serviços podem envolver fornecimento de alimento e água para a manutenção das funções ecossistêmicas, além de cultural e lazer, sendo ambos o foco do trabalho.
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