Conheça algumas casas adaptadas a condições extremas do clima

Calor ou frio extremo requer casas adaptadas. Por isso, a arquitetura oferece projetos à prova de climas hostis.

Por Redação em 18 de janeiro de 2023 5 minutos de leitura

Em todas as regiões do mundo, as condições climáticas estão se tornando cada vez mais extremas. Por isso, mais do que nunca é necessário levar em consideração as características da natureza para as casas adaptadas aos ambientes em que estão inseridas.

Neste cenário, surgiram construções de vários tipos, sejam enterradas no subsolo, dentro de cavernas ou mesmo construídas em pedra, madeira e tecido. A arquitetura desses projetos se baseia nos aspectos dos territórios ao redor, a fim de lidar com o clima com mais eficiência.  

Casas adaptadas para o frio extremo

Reprodução Scott e Scott Architects

As áreas glaciais são uma das menos habitadas do planeta, devido às suas condições extremas de sobrevivência, como nevascas e temperaturas frias. Portanto, a arquitetura dessas partes do mundo precisa considerar sistemas de aquecimento para produção de calor. Além disso, sua forma deve levar em consideração a carga de neve para resistir estruturalmente e evitar sua concentração.

Casa Invertida, no Japão

Reprodução Shinkenchiku-sha

Ao minimizar os espaços interiores e criar uma série de espaços exteriores protegidos, a Casa Invertida desempenha a função de proteger os moradores do frio da cidade de Taiki-cho, no Japão. 

A entrada na casa é feita pelo espaço definido por uma parede transversal: a sala do jardim, que recolhe a neve no inverno e a mantém até o final da primavera na sombra dos altos muros. 

Neste contexto, a sala de estar externa é acessada pela entrada principal, onde uma série de pisos elevados de madeira conduzem a uma lareira. Enquanto isso, uma grande cobertura levemente inclinada se estende em direção aos arredores e ao pôr do sol. A cozinha adjacente é protegida de ventos fortes com um telhado inclinado.

La Dacha Mountain Hut, no Chile

Reprodução Felipe Camus

Localizado entre florestas nativas com vista para o complexo vulcânico Nevados de Chillan, La Dacha Mountain Hut é o resultado de um projeto específico do local que apresenta alta eficiência térmica. Desse modo, a habitação vertical em forma de V visa seguir o caminho do sol com aberturas para o norte e oeste.

Em termos de estrutura, o projeto segue o conceito de construção híbrida, ou seja, possui um perímetro altamente isolado e um núcleo termicamente maciço. Portanto, o projeto utiliza madeira nativa para o revestimento interno e placas carbonizadas seguindo a técnica yakisugi no exterior, montadas como fachada ventilada, adicionando isolamento e eliminando o uso de produtos químicos. 

Casas adaptadas para o calor extremo

Reprodução Ariadna Polo

Embora haja uma enorme variedade de tipos de desertos existentes no planeta, em geral, suas principais características são temperaturas extremas e grandes amplitudes térmicas em curtos períodos. Além disso, são regiões secas e não apresentam vegetação de grande porte. Para se adequar a essas áreas, as casas adaptadas costumam contar com paredes espessas e materiais com alta inércia térmica para manter a temperatura interna. Em suma, não há aberturas grandes a fim de evitar que o calor escape ou entre.

Mirai House of Arches, na Índia

Reprodução Dinesh Mehta

Projetado em um pequeno terreno de esquina de 622 m² dentro de uma vila residencial, Mirai é uma casa que responde ao clima quente do deserto de Rajasthan, na Índia. A casa tem o objetivo de moderar o calor em resposta ao clima quente do local. Está envolvida em um envelope que mantém toda a área fresca durante os meses quentes de verão com temperaturas superiores a 40°C. 

O projeto cria espaços energeticamente eficientes com ganho de calor reduzido e luz natural indireta em todas as partes da casa. Por isso, a propriedade é construída de forma sustentável e sensível ao clima, com tijolos, arenito e calcário locais. Há também a priorização do reuso de água por meio da coleta da chuva, além de painéis solares para geração de energia.

Villa Mayan, no Irã

Reprodução Nimkat Studio

Este projeto está inserido em um terreno rochoso com declive acentuado, cuja particularidade é a paisagem intocada. Devido à área de terreno limitada, topografia acidentada e clima de verão da região, o desenho transversal apresenta-se como o processo principal para estabelecer as bases. 

A área de acesso e a área residencial estão em dois níveis diferentes, criando uma relação entre elas por meio de espaços verdes e uma cobertura com jardim, além de piscina. É importante notar que a sombra causada pela área de convivência, localizada na direção da brisa do vale, reduz a demanda de energia no verão, pois não há consumo de ar condicionado ou outros aparelhos. 

Chuva pesada

Reprodução Fernando Alda

O clima tropical traz o desafio de viver com as tempestades e ventos fortes que podem ameaçar qualquer tipo de abrigo. Para se adaptar a esses lugares, a arquitetura precisa oferecer, por um lado, estruturas resistentes ao vento que direcionam as águas pluviais e evitam enchentes. Por outro, a construção deve ter uma solução passiva de ventilação e refrigeração, para garantir o conforto térmico.

Casa de Noufal, na Índia

Reprodução Syam Sreesylam

A House of Noufal fica em Kannur, um distrito do norte de Kerala, na Índia. Kerala apresenta um clima marítimo úmido, chuvas fortes e dias quentes no verão. O telhado inclinado, tocando visivelmente o solo, dá à casa uma forma e postura únicas, protegendo-a da chuva e do sol forte. As paredes externas sob o telhado maciço e inclinado receberam aberturas com o espaço interno dividido por um pátio. Sendo assim, o projeto proporciona ventilação cruzada e iluminação natural suficientes.

O resfriamento passivo foi possível graças a espaços de pé-direito duplo e um grande terraço. O pátio também divide a área de estar em espaços públicos e privados, com sala de estar e jantar de um lado e quartos e cozinha do outro.

Maison A, no Vietnã

Reprodução Tuan Nghia Nguyen

O clima costeiro de Nam Dinh, no Vietnã, é imprevisível e a área costuma enfrentar fortes tempestades. Devido a esta condição, a fachada da casa é composta por três camadas flexíveis. A camada externa é feita de tijolos de ventilação de flores Bat Trang, que trazem luz do dia e ar fresco para dentro da casa. Estes são personalizados para reter o ar em seu interior oco. 

Uma segunda camada de plantas proporciona privacidade adicional e permite que a luz projetada no interior mude harmoniosamente com o ambiente circundante. A terceira, uma espessa camada de vidro, permite que o morador feche facilmente a casa durante grandes tempestades.