Gamificação urbana é uma nova forma de viver a cidade

Por meio de espaços lúdicos e jogos online, as ruas se transformam em um lugar mais habitável e feliz: é a gamificação urbana. Saiba aqui.

Por Redação em 30 de dezembro de 2022 3 minutos de leitura

Um comerciante sul-mato-grossense cansou de ver as pessoas andando rápido e se trombando na rua em frente ao seu estabelecimento. A loja, localizada numa rua movimentada e perto de um terminal de ônibus, tinha um bom movimento, mas era o comportamento na calçada que incomodava o comerciante. Ele então resolveu promover uma mudança radical: uma amarelinha. O desenho de retângulos com números na frente da loja transformou a rua e as pessoas. Um dos muitos exemplos da gamificação urbana.

Crianças e até mesmo adultos arriscam pular a amarelinha quando passam ali. Assim, a iniciativa trouxe alegria para aqueles que passam pelo local, segundo contou o comerciante em questão, Fabrício Martins, ao G1. A intervenção vai além da arte urbana, pois é uma forma de transformar o espaço em um jogo interativo. “Acho que é um pequeno gesto, mas pode trazer um sorriso, mudar o dia da pessoa. Isso já muda o astral na hora”, simplificou Martins. 

Gamificação urbana: aperta o play

A amarelinha na calçada é uma das formas mais simples de se aplicar os conceitos de gamificação num espaço urbano. Conceito esse que, basicamente, leva a experiência de diversão dos jogos para a vida real das cidades. A interação entre as pessoas e a paisagem fica mais amigável e a relação entre as pessoas reflete isso. 

Além do design, a gamificação atua levando atributos como competição, pontuação e regras de jogo para incentivar a participação das pessoas na cidade, como explicou o ArchDaily. Um exemplo é o  “Hello Lamp Post”, um projeto que existe em mais de 20 cidades pelo mundo, que permite que os cidadãos “conversem” com os objetos na rua.

Por meio de QR Codes, as pessoas leem a URL de placas e podem conversar com chatbots daquele espaço, o que permite saber a história do local. É uma forma interativa de se falar do patrimônio histórico. 

Veja também o episódio 31 do podcast Habitability:

A diversão é uma forma

Os jogos podem ser usados para o planejamento urbano e também para melhorar a habitabilidade. Ao acrescentar elementos lúdicos nas ruas, o bairro todo muda. Não diferente do que aconteceu no comércio de Campo Grande.

Exemplos da China mostram como isso pode acontecer em escala maior. O “Ninho” hiper colorido e em formas circulares na cidade de Chengdu tem o objetivo de criar “brinquedos urbanos” para o bairro. 

Seguindo a crença do estúdio de que “Brincar não é só para crianças”, o escritório que assina o projeto, o 100arquitetos, fizeram esta paisagem urbana para aumentar a alegria e o entretenimento de crianças e adultos, independentemente da idade. Uma paisagem lúdica e colorida, que atua como um atrativo urbano, chamando a atenção por se destacar do ambiente que a cerca.

Outro projeto da 100arquitetos é a instalação “Piscina de Cristal” em Xangai, que criou o efeito de piscina pública nos pisos de uma grande escadaria na cidade chinesa. O complexo tem até mesmo um grande escorregador e um lugar para brincar de “esconde-esconde”. Isso transformou o lugar que era para ser de passagem, a escadaria, em um espaço para sentar e apreciar.  

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