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Do Sim City ao Minecraft: como cidades usam jogos para planejamento urbano?
Gamificação da experiência das cidades veio desde o Sim City e agora ganha novos contornos com os digital twins e o metaverso.
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Redação em 8 de novembro de 2022 2minutos de leitura
No começo dos anos 1990, uma cidade virtual enchia as telas de tubo dos computadores das escolas e casas. Quando não estavam ligados, os PCs eram até envoltos em um plástico transparente para proteção. A cidade virtual em questão era do jogo Sim City. Feito para planejadores urbanos, o game permitia que qualquer pessoa virasse prefeito de uma cidade fictícia.
O jogo ganhou popularidade entre crianças, mas também foi bastante usado por municípios para ajudar no planejamento. Com a chegada de novas tecnologias, como a internet banda larga, os smartphones e, agora, o metaverso, os games deram lugar à gamificação nas cidades. Gamificação ou “gamification” significa empregar técnicas dos games a situações que não são de jogo. Um exemplo no mundo do varejo são aqueles programas de fidelidade de marcas que “desbloqueiam” prêmios a partir da pontuação do cliente. “Definitivamente, há muita gamificação em cidades inteligentes, principalmente quando você deseja simular eventos que acontecerão na cidade inteligente antes de construí-la”, diz Matthias Haeusler, da escola australiana de arquitetura e design da Universidade de New South Wales, em entrevista ao The Guardian.
Blocos para experiência
O projeto “Block by Block” feito em parceria com a ONU-Habitat recriou áreas de 100 cidades pelo mundo no jogo Minecraft. Com isso, alunos de escolas públicas, bem como parte da população, conseguia re-desenhar esses espaços para torná-los mais amigáveis para todos. “A ferramenta permite que o usuário construa virtualmente o espaço de acordo com suas próprias necessidades e desejos, podendo incluir de postes de iluminação pública a restaurantes e quadras de esporte”, explica a ONU. O Minecraft ajuda moradores do bairro a modelar seus arredores, visualizar as possibilidades e expressar ideias.
Nos Estados Unidos, a cidade de Nova Orleans usou dados abertos de orçamento da cidade para modelar um mini-game chamado “Big Easy Budget”. Nesse jogo online, os cidadãos podiam “brincar” com o orçamento real da cidade, quase como em um Sim City, só que para gestores urbanos.
Digital Twins: o Sim City do metaverso
Quando falamos de metaverso, as possibilidades são de não só recriar os dados, como também trazer os gráficos da cidade em 3D. Os chamados “digital twins” são espaços virtuais onde a cidade é recriada para planejadores urbanos. Se aberto para o público, os twins podem ser um lugar para experimentação e games, um Sim City da vida real.Um relatório recente da ABI Research mostra que, até 2025, haverá 500 digital twins em uso para muitas outras cidades inteligentes em todo o mundo. Para Hausler, a simulação pode ser uma “ferramenta poderosa” para as cidades, porque os arquitetos e urbanistas podem analisar toda a experiência do usuário em levá-las em consideração na hora de planejar. A gamificação, nesse sentido, traz maior sensação de empatia.
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