IA e arquitetura: papel amassado vira design hiper-realista de prédio

IA e arquitetura se juntam em imagens hiper-realistas de prédios (feitas a partir de bolinhas de papel amassado).

Por Redação em 29 de agosto de 2023 3 minutos de leitura

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Crédito: Publicação Linkedin/Tim Fu

A inteligência artificial (IA) e a arquitetura chegam em uma nova era. Até mesmo papel amassado pode servir de inspiração para modelos de designs hiper-realistas, com o look de arquitetos famosos como Zaha Hadid e Frank Gehri. A série de imagens, chamada “Crumpled Paper Architecture” (Arquitetura de Papel Amassado, em tradução livre) foi possível com o uso de um software de IA específico para arquitetos.

Diferente de aplicativos como o Midjourney e o Dall-E, que criam imagens a partir de comandos de textos bastante específicos (os “prompts”), o programa usado para criar a série é voltado para inspirar designers e arquitetos. O LookX é uma IA generativa treinada a partir da semântica e das simbologias de arquitetura. 

O arquiteto que testou o LookX e criou a série, Tim Fu, é pesquisador em IA em Harvard e designer do escritório Zaha Hadid. Fu costuma dar aulas sobre como integrar a inteligência artificial e a arquitetura. “Por ser treinado especificamente em modelos de arquitetura, ele tem muito mais recursos para produzir resultados finais e geometria resolvida, em oposição ao que você normalmente obteria de Midjourney, DALL-E ou Stable Diffusion até agora”, disse ele ao site Dezeen.

Da bolinha de papel ao prédio

Como o papel virou prédio? Depois de fornecer à IA uma imagem detalhada e de alta resolução do pedaço de papel, Tim Fu precisou incluir um prompt de texto para instruir o algoritmo “a manipular a imagem no estilo de sua escolha”.  Os prompts usados por Fu foram diversos, desde um prédio inspirado no trabalho de Frank Gehru com um “toque de Simpsons”.

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“Eu queria mostrar como a arbitrariedade de uma entrada pode ser interpretada pela IA para produzir resultados muito refinados, mostrando assim como o forte contraste entre capricho e intenção pode desempenhar um papel no design”, explicou Fu.

A plataforma permite que o arquiteto opte por estilos, fundações e materiais a partir de palavras-chave. Com o tempo, o sistema tende a ficar ainda mais refinado, uma vez que tende a aprender com as imagens que gera e com aquelas que recebe como inspiração.

IA e arquitetura: não é hora de temer

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Crédito: Publicação Linkedin/Tim Fu

O uso da inteligência artificial generativa no mundo da arquitetura ainda é um assunto polêmico. Enquanto alguns não são a favor, interpretando que a tecnologia pode substituir o trabalho criativo humano. Outros, como Fu, são entusiastas. 

Em entrevista ao site AI Business, o arquiteto explicou que vê os sistemas como uma forma de ampliar o conhecimento e o repertório de designers. “A IA é uma tecnologia que está dando superpoderes aos designers de certa forma, porque realmente parece que você pode pegar suas ideias e implementá-las muito rapidamente, com muita eficiência. E você não precisa de experiência em software para renderizar tipos específicos de produtos”, explicou Fu.

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Para ele, a rapidez da resposta da IA generativa já está mudando os paradigmas da profissão de arquiteto de um jeito positivo. “Você não está mais começando com um esboço e depois tentando renderizar. Isso vira completamente toda a ideia de cabeça para baixo, porque sua conceituação inicial pode acabar sendo seu produto final, porque é tudo simplificado nesse sentido”, finalizou.