Conhece os jardins de chuva? O sistema usa plantas e terras de pequenos canteiros para absorver água da chuva nas cidades. Saiba mais!
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Redação em 23 de dezembro de 2022 3minutos de leitura
Flores nascem no meio do asfalto, e isso é incrível para as cidades. Cada vez mais, as metrópoles brasileiras estão se rendendo aos jardins da chuva, uma técnica simples da permacultura que absorve as águas de tempestades e reduz os perigos de alagamentos.
Para quem anda na rua, eles são canteiros com plantas, árvores e flores. No ambiente urbano, eles significam o aumento da permeabilidade do solo, minimizando o efeito do escoamento da água e fazendo o que o concreto ainda não consegue: reter chuvas.
O que são jardins de chuva?
Os jardins de chuva são, na verdade, sistemas de biorretenção: áreas escavadas e preenchidas com uma mistura de solo de alta permeabilidade e material orgânico.
O modelo foi observado e promovido por Zephaniah Phiri Maseko. O fazendeiro e conservador de águas vivia no Zimbábue e percebeu que as plantas, quando dispostas em uma certa ordem, conseguiam “captar” as chuvas e reduzir o tempo de escoamento das águas. Por isso, ele foi conhecido como o “plantador de chuvas”. Um bom exemplo de afrofuturismo ancestral.
“Os jardins funcionam como uma bacia natural de retenção hídrica, alguns com a função de coletar a água, outros com a função de retardar seu escorrimento superficial, e outros represando e posteriormente drenando o maior volume possível de água, até que depois os locais estejam novamente livres (secos) para ações semelhantes”, explica a Prefeitura de São Paulo. A capital paulista já conta com mais de 200 jardins de chuva espalhados pela cidade.
Reprodução: SECOM – Prefeitura da Cidade de São Paulo
O jardim de chuva absorve 30% mais a água que o jardim tradicional, o que favorece o escoamento mais rápido e eficiente, além de alimentar os aquíferos. Ele é feito em uma área escavada com cerca de 1,20 m de profundidade e, inicialmente, preenchida com entulho reciclado/rachão. Sobre esse material poroso, é recolocada a terra com composto orgânico produzido pelos pátios de compostagem. Em cima disso, são colocadas as plantas de pequeno ou médio porte.
Gentileza urbana em ação
“Os benefícios do jardim de chuva são inúmeros. Ele alimenta o lençol freático, irriga as plantas e árvores, poupa água, aumenta a umidade do ar por meio da transpiração das plantas, diminui ilhas de calor e ainda de quebra ajuda a combater enchentes. Além disso, as árvores crescem muito mais saudáveis, tendo menos chance de serem atacadas por cupins e outras pragas, aumentando assim sua resistência e longevidade”, disse o ativista Nik Sabey, responsável pelo projeto Novas Árvores por Aí, em São Paulo.
Em entrevista ao site CicloVivo, Nike explicou que os jardins eram soluções simples para evitar os efeitos negativos das chuvas na cidade. Em locais úmidos, eles ajudam a reter a água; já em regiões mais secas, trazem a umidade de volta. A água da chuva retida empoça e corre pelos pequenos espaços, ajudando a atrair animais e manter o ciclo biológico. O que, numa cidade, é sempre bem-vindo.
Nik foi responsável por levar canteiros “anti-enchente” para alguns bairros de São Paulo. O resultado foi uma via mais segura e também mais agradável para os moradores, que agora contam com árvores e flores.
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