Esportes em áreas urbanas: a qualidade de vida nas cidades

A prática de esportes em áreas urbanas é um fator essencial para construir cidades sustentáveis e promover o bem-estar coletivo.

Por Redação em 6 de junho de 2023 4 minutos de leitura

esportes em areas urbanas

O crescimento das cidades é um processo dinâmico que envolve diversas demandas para garantir a qualidade de vida da população e a construção de um ambiente sustentável. Nesse contexto, a prática de esportes em áreas urbanas desempenha um papel fundamental ao promover benefícios para a saúde e estabelecer uma maior integração social.

Esse aspecto se tornou ainda mais evidente após a pandemia, uma vez que as pessoas passaram a buscar novas formas de se exercitar e cuidar de si mesmas. Uma pesquisa do Google realizada com 2 mil brasileiros revelou que 39% dos participantes iniciaram a prática de um novo esporte. Os mais mencionados foram caminhada (23%), corrida (18%) e bicicleta (10%), segundo dados da consultoria Sport Track.

Além disso, 41% dos brasileiros passaram a optar por se exercitar ao ar livre, enquanto 23% deles buscam por artigos relacionados a atividades externas. Por meio de infraestrutura adequada e iniciativas do poder público, as cidades podem desempenhar um papel fundamental na promoção do bem-estar por meio do incentivo aos esportes. 

Estímulo à prática de esportes em áreas urbanas

Corrida dos Reis, em Brasília (Foto: Site Corrida dos Reis)

O Distrito Federal se destaca como a Unidade da Federação (UF) com o maior percentual de praticantes de atividade física, segundo pesquisa do Ministério da Saúde. Esse posto é mantido devido à disponibilidade de atividades gratuitas, que ampliam as opções para os brasilienses se exercitarem. Parques, quadras poliesportivas, centros olímpicos e paralímpicos (COPs) e pontos de encontro comunitário (PECs) são algumas das opções disponíveis na cidade.

Esse compromisso com a prática esportiva e o investimento em infraestrutura adequada para atividades físicas e esportivas estão em consonância com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3, que engloba a saúde e bem-estar. O objetivo é assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos os habitantes das cidades, em todas as idades.

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Segundo a secretária de Esporte do Distrito Federal, Giselle Ferreira, em entrevista ao Correio Braziliense, a capital brasileira estimula a prática de esportes em áreas urbanas, cumprindo o compromisso com o ODS 3 – assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades. “Brasília é convidativa à prática esportiva. Com avenidas largas, vários parques urbanos e políticas públicas de inserção ao esporte”, afirma. 

Giselle também destaca a importância do investimento em esportes como estratégia para outros tipos de ganhos. “Entendemos que o investimento em esporte, atividades físicas e lazer gera reflexos positivos em outras áreas, sendo, portanto, estratégico e necessário para o bem-estar social e a saúde coletiva”, ressalta. De acordo com a Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2020, realizada pelo Ministério da Saúde, no Distrito Federal, 46,6% dos adultos alcançam a recomendação mínima de 150 minutos de exercícios por semana. 

Os números comprovam que quando as cidades investem em espaços e estruturas adequadas para a prática esportiva e, ao mesmo tempo, implementam políticas que incentivam a participação da população, a adoção de um estilo de vida ativo se torna uma realidade, permitindo até mesmo que os habitantes integrem a cidade de modo mais engajado.

Infraestrutura esportiva e espaços de lazer nas cidades

A prática de esportes em áreas urbanas oferece vantagens significativas, sendo uma delas a adaptação às estruturas já existentes. Diferentemente de esportes que demandam grandes instalações específicas, os esportes urbanos podem ser praticados em espaços já disponíveis, com pequenas modificações.

Parque Ibirapuera – São Paulo/SP

Um exemplo disso são as ciclovias, que podem ser integradas ao sistema rodoviário existente. Ao aproveitar as vias já construídas, é possível criar rotas para os ciclistas, incentivando tanto a prática de esportes em áreas urbanas, mas também a mobilidade sustentável, o que reduz a dependência de veículos motorizados e contribui para a diminuição da emissão de poluentes e gases de efeito estufa.

As quadras poliesportivas, que não exigem áreas extensas ou obras complexas, podem ser implementadas em espaços urbanos menores, como terrenos ociosos, proporcionando novas opções de uso. Neste sentido, parques e praças já fazem parte da infraestrutura urbana e podem ser adaptados para a prática de diversas atividades esportivas.

No Largo da Alfândega, em Florianópolis, por exemplo, foi anunciada a substituição do material dos bancos, que atualmente são de madeira, por opções mais adequadas para manobras de skate, a fim de viabilizar a prática do esporte no local e evitar danos ao patrimônio público. 

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Cidades se beneficiam da prática de esportes em áreas urbanas

Além de contribuir para uma população mais ativa, feliz e saudável, essas atividades podem ter impactos positivos em outros setores da sociedade, especialmente na área da saúde pública.

Uma população engajada em esportes urbanos e atividades físicas regulares tem menos chances de desenvolver doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e obesidade – condições de saúde diretamente relacionadas ao estilo de vida sedentário. Incentivar a prática esportiva nas cidades, portanto, é também minimizar gastos na área da saúde.

Uma consequência direta desse cenário pode ser a diminuição das filas em hospitais e postos de saúde. Com uma população mais saudável e ativa, a procura por tratamentos e cuidados médicos é reduzida, aliviando a sobrecarga do sistema de saúde e permitindo que os recursos sejam direcionados de forma mais eficiente e abrangente.

Além dos ganhos físicos, os esportes urbanos também promovem a integração social, fortalecem os laços comunitários e estimulam o senso de pertencimento. Fatores que contribuem para um papel mais ativo na vida urbana, colocando os cidadãos como beneficiários, mas também agentes de ações positivas.