Rewilding urbano: a floresta agora é dentro da cidade
Com foco em proteger os biomas e aumentar a qualidade de vida, Rewilding, que significa a redefinição de áreas verdes, chega às cidades.
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Redação em 8 de junho de 2022 2minutos de leitura
Quando se fala em aumentar as áreas verdes nas cidades, logo vem a imagem de um parque com gramas verdes e árvores espalhadas. Algumas construções ao redor do mundo querem mudar esse cenário. Para isso, elas pegaram “emprestado” um conceito da ecologia: o rewilding, que é a recuperação de biomas selvagens… só que nas cidades.
O resultado são prédios com áreas verdes de mata nativa ou parques e praças com flora e fauna locais vivendo sem interferência humana. Com pouco paisagismo e muito cuidado de manutenção, o chamado “rewilding urbano” já chegou em construções e promete trazer sustentabilidade para quem vive nas cidades.
Mata livre
“O rewilding ajuda a resolver três dos maiores desafios do nosso tempo: a perda de biodiversidade, o superaquecimento urbano causado pelo concreto e as mudanças climáticas”, disse o arquiteto Steffen Lehmann, do Instituto de Tecnologia de Berlim, em entrevista à revista Veja.
Um exemplo é o que aconteceu nas cidades alemãs de Hannover, Frankfurt e Dassau. A partir do projeto Städte wagen Wildnis (“as cidades se aventuram na selva”, em tradução livre), o governo liberou as plantações em áreas urbanas livres, para que os cidadãos as fizessem livremente e à vontade. O resultado foram áreas verdes mais nativas e que aumentaram a conexão entre as pessoas e seus bairros.
Jardins verticais?
Diferentemente dos jardins verticais, o rewilding propõe que o ecossistema reencontre seu equilíbrio sozinho. Sem podas desnecessárias, irrigação constante ou pesticidas. Isso não significa, no entanto, que não haja planejamento ou design alinhado ao movimento. É o caso dos “jardins ao lado da baía”, em Cingapura, que são estruturas de até 50 metros de altura em forma de árvores. Tais construções foram colocadas para, exatamente, dar mais espaço para a vida verde do local prosperar. Com isso, não só as plantas voltam, como também os animais do local.
Os prédios verdes, como o de Milão, que conta com quase mil árvores plantadas em áreas internas e externas, também ajudam a melhorar a qualidade de vida do bairro.
Em Londres, apenas o ato de trocar o concreto por mata nativa ao redor dos afluentes do Tâmisa foi responsável por multiplicar em 450% a população de pássaros da região, além de trazer peixes e morcegos de volta para o local.
“Não é necessariamente recriar a selva, mas é criar um ambiente que permita que o processo natural cresça e se supere”, disse o líder da empresa de engenharia, Arup, Malcom Smith, em entrevista à CNBC. Smith criou o projeto “Cities Alive” – ou cidades vivas – para investir no desenvolvimento de áreas verdes “selvagens” em cidades.
Para ele, o mais importante do rewilding é fazer com que as cidades saiam da posição defensora do meio ambiente para se tornarem mais ativas. “Não é o bastante apenas manter onde estamos. Nós precisamos restaurar e regenerar parte do dano que fizemos como humanos”, disse o executivo.
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