Exemplos de Soluções Baseadas na Natureza vão para além do eixo Rio-São Paulo, conheça aqui quatro iniciativas para se inspirar.
As cidades brasileiras estão buscando, cada vez mais, se adaptar às mudanças climáticas e promover abordagens mais verdes para a urbanização. As Soluções Baseadas na Natureza (SBN) são mais uma ferramenta em favor de uma cidade mais verde e sustentável. Confira aqui 4 exemplos de cidades brasileiras que adotaram a estratégia.
De acordo com o WRI Brasil, as SBN são “ações inspiradas e apoiadas na natureza que proporcionam benefícios simultaneamente ambientais, sociais e econômicos e ajudam a construir resiliência para enfrentar os desafios relacionados a mudanças climáticas, disponibilidade de recursos, qualidade ambiental e questões socioeconômicas em escalas diferentes e interconectadas”.
Projetos como jardins de chuva, parques lineares, áreas alagadas construídas e tetos verdes são alguns casos de Soluções Baseadas na Natureza. Há muita ação sustentável no Brasil fora do eixo Rio-São Paulo. Os exemplos levantados pelo WRI Brasil inspiram e mostram que há caminhos para reconectar cidades e meio ambiente.
Os jardins de chuva do parque JK e do Parque Municipal Fazenda Lagoa do Nado, em Belo Horizonte, foram instaurados em conjunto por três secretarias municipais. Além de serem um lugar das pessoas se conectarem com a natureza, eles ajudam a reduzir o risco de inundação das cidades, melhorando a permeabilidade do solo.
As estruturas são chamados de Sistema de Biorretenção, pois utilizam a atividade biológica de plantas e microrganismo para remover poluentes das águas pluvcias, além de receber o escoamento de água e formar poças para infiltrar no solo.
Na capital baiana, os tetos verdes chegaram nas paradas de ônibus. A iniciativa faz parte da estratégia “Salvador Resiliente”. Os telhados nada mais são do que jardins, instalados em cima de espaços públicos como pontos de ônibus e prédios municipais, com a função de reduzir a temperatura e manter a umidade desses lugares, o que auxilia o bem-estar em momentos de extremo calor, criando resiliência climática. O espaço traz também um pouco de biodiversidade para regiões tomadas pelo concreto.
As hortas urbanas estão proliferando pelo mundo, já que são uma forma de oferecer comida fresca para cidadãos e ainda aproveitar espaços ociosos nas cidades. Em Curitiba, a Fazenda Urbana lançada em 2020 é voltada integralmente para o cultivo de alimentos orgânicos na cidade.
Em uma área de 4.435 m², ao lado do Mercado Regional do Cajuru, a Fazenda Urbana reúne os mais modernos métodos de plantio de alimentos saudáveis, sem agrotóxico. São mais de 60 variedades agrícolas orgânicas cultivadas, com a produção de frutas, legumes e verduras, além de ervas, temperos, chás e plantas alimentícias não convencionais (pancs), indica a Prefeitura de Curitiba.
O espaço também conta com programas de incentivo de hortas em comunidades, escolas e instituições.
Em Goiás, o programa Pró-Água usa a natureza para recuperar a própria natureza. No caso, são as nascentes de rios da região de Anápolis. Desde que se iniciou, em 2017, o projeto já plantou mais de 250 mil mudas de árvores nativas do Cerrados, instalou viveiros, pomares, jardins sazonais, tudo isso para ajudar a recuperar 123 nascentes de água.
O projeto ainda cria canais de água da chuva para o lençol freático, reduzindo os riscos de enchentes. “Os eixos de atuação articulam agendas como conservação de recursos hídricos e da biodiversidade, educação ambiental para redução do risco de queimadas e segurança alimentar”, explica o WRI Brasil.
