Projeto que ganhou Biodesign Challenge Summit baseia-se em ecossistema da Cordilheira dos Andes.
Estudos indicam que há 14 milhões de toneladas de microplásticos no fundo do mar. Os pedaços pequenos de plástico foram encontrados em 94% das águas nos Estados Unidos e, até mesmo, nos pulmões das pessoas. Pesquisadores da Universidade dos Andes encontraram uma possível solução para esses fragmentos poluentes: o musgo.
A planta faz parte do ecossistema do Páramo, localizado nos Andes. A espécie captura a umidade da chuva, das névoas e das geleiras, armazena no solo e a libera aos poucos para as planícies, sendo, portanto, uma parte importante da produção de água. Na Colômbia, o musgo é responsável por 70% da água potável. Além de filtrar as impurezas das águas, os musgos também podem filtrar microplásticos, foi o que descobriram estudantes de design da Universidade dos Andes.
O projeto MustGo, criado pelos estudantes, foi inspirado na natureza do musgo e consegue reter cerca de 80 gramas de microplásticos da água de torneira. Além da inspiração, o objeto também utiliza materiais naturais para o sistema. O produto, que acabou de ganhar o Biodesign Challenge de 2022, conta com um filtro cilíndrico feito de 280 de musgo seco, e de uma hélice de aço inoxidável.
A planta absorve e retém os microplásticos enquanto filtra os líquidos, podendo ser acoplada em torneiras ou em mangueiras. O time projeta que os filtros tenham que ser trocados a cada dois meses e que as comunidades locais ainda podem transformar o cultivo das plantas – que crescem em condições adversas – em um meio de subsistência.
Em entrevista à Fast Company, Maria Paula Osorio, estudante da Universidade dos Andes que ajudou a desenvolver o projeto, falou que olhar para o musgo esfagno foi tentar captar algo que fizesse diferença a partir de um espaço pequeno. “O musgo é um organismo tão pequeno e que faz tanto pelo ecossistema”, disse Maria Paula.
