As mulheres no mercado imobiliário enfrentam enormes desafios ao lutar por espaço, mas há um crescimento significativo de oportunidades.
Em quase todos os ramos da sociedade, as mulheres têm conquistado cada vez mais espaço, inclusive em cargos mais elevados no mercado de trabalho. Porém, ainda há uma enorme batalha em curso. No setor de imóveis e desenvolvimento urbano não é diferente. Embora haja o crescimento das oportunidades, as mulheres ainda enfrentam muitos desafios para conquistar um lugar em um ambiente considerado masculinizado.
Até o ano de 1958, apenas homens tinham a permissão de trabalhar como corretores de imóveis. A restrição era prevista por meio do artigo 37 da Lei nº 556. No entanto, ela foi revogada pelo Tribunal de Justiça e abriu caminho para que as mulheres pudessem atuar na área.
Os esforços para promover maiores oportunidades para as mulheres no mercado de trabalho cresceram consideravelmente nas últimas décadas. Contudo, ainda há um longo caminho a percorrer porque, apesar das conquistas, as mulheres continuam na lista do maior percentual de desempregados. Além disso, os salários são, em média, inferiores aos dos homens, e há vários setores nos quais a concentração é predominantemente masculina — especialmente o mercado imobiliário brasileiro.
O fato é que ainda existe a questão da minoria, principalmente na esfera das lideranças. Mesmo assim, é crescente o espaço e o reconhecimento que as mulheres têm conquistado em cargos de gestão. À medida que se destacam cada vez mais nas funções que desempenham, a evolução tem sido gradativa e positiva.
Incorporando a equidade de gênero em seu quadro, não só no conselho, como em todas as áreas, a MRV e a Urba, ambas integrantes da plataforma de soluções habitacionais MRV&CO, foram certificadas com o selo Women on Board (WOB), em 2021. A iniciativa, apoiada pela ONU Mulheres. tem como objetivo reconhecer organizações que possuem pelo menos duas mulheres nos Conselhos de Administração ou Conselhos Consultivos.
Segundo estudos do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), no Brasil, a representação feminina nos conselhos administrativos é de 11%, em média. Já na Urba, essa participação é de 37,5%.
“Entendemos a diversidade como uma riqueza que faz parte da nossa energia vital. Acreditamos que não existe meritocracia sem diversidade, inclusão e equidade. Desejamos valorizar a diversidade para que sejamos todos atores sociais mais conscientes”, diz a empresa em seu último relatório de sustentabilidade.
No caso da MRV, essa participação chega a 28,6% de seu conselho de administração. Essa equipe é ainda reforçada por cerca de quatro mil mulheres, que hoje representam 20% do total de colaboradores da empresa – um quinto das quais em cargos de chefia.
As mulheres já estão representadas em diversas profissões imobiliárias que antes eram predominantemente masculinas, como a engenharia. Atualmente, estão envolvidas até mesmo nos trabalhos mais pesados da construção civil, como pedreiras, pintoras, eletricistas, entre outros.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2007 e 2018 houve um aumento de aproximadamente 120% na representatividade feminina no setor da construção civil. No levantamento, o IBGE indicou que quase 110 mil novas representantes foram cadastrados nesse período.
Na outra ponta, a área comercial do mercado imobiliário já possui uma presença feminina maior. Segundo dados do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci), o número de mulheres nessa profissão aumentou 144% na última década e as corretoras de imóveis já representam 32% dos profissionais que atuam no mercado imobiliário.
Existem diversas pesquisas que destacam os benefícios do olhar detalhista e do perfil dedicado das mulheres e isso se reflete em melhores resultados de vendas e tomadas de decisão. As mulheres têm muito a contribuir para o mercado imobiliário, bem como muito a aprender, treinar e desenvolver todo o seu potencial rumo à ocupação desses espaços.
Homens e mulheres possuem características que se complementam e, no âmbito profissional, isso é ainda mais visível. Conselhos, lideranças e equipes mistas, além de serem positivos para quem trabalha no setor, ainda premiam quem adquire imóveis, mostrando que o público feminino também tem a oportunidade de usufruir das melhores capacidades profissionais no mercado imobiliário, a fim de encontrar o lar dos sonhos.
